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21 de dez. de 2008

MENSAGENS DE PARENTES E AMIGOS

MÃE:

A SENHORA FOI UM EXEMPLO DE
PESSOA. EM SUA VIDA, CULTIVOU
AMIGOS E FEZ-SE , TAMBÉM , AMIGA...
A SENHORA SOUBE VIVER BEM, SORRIU MUITAS VEZES E NOS FEZ
SORRIR...
A SENHORA FOI E CONTINUARÁ
SENDO IMPORTANTE PARA NÓS.
JAMAIS IREMOS ESQUECÊ-LA.

SAUDADES ETERNAS DE SEU FILHO CARNEIRO, SUA NORA
ANA, SEUS NETOS NEY,
TELMA, LUANA, MARILENE,
JURANDIR, E DO SEU
BISNETO LUCCA.
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“ ENTENDER A VONTADE DE DEUS PARA NÓS , NEM SEMPRE É FÁCIL. MAS, CRER QUE ELE ESTÁ NO COMANDO, E QUE TEM UM PLANO PRA NOSSA VIDA, FAZ A CAMINHADA VALER A PENA”.

FICAMOS MUITO TRISTES COM O FALECIMENTO DA NOSSA
QUERIDA DINDINHA ( MADRINHA RAQUEL).
MAS, SOMOS FELIZES POR TER CONHECIDO E CONVIVIDO
COM ELA: A MAIS DOCE E PURA CRIATURA,
DEDICADA E PROTETORA, SEMPRE PREOCUPADA COM
TODOS.
POR ISSO, LHE DESEJAMOS DE TODO CORAÇÃO, QUE
DESCANSE EM PAZ, DINDINHA. A SENHORA MERECE O
REPOUSO, ASSIM COMO MERECE O AMOR DOS ANJOS, O
NOSSO AMOR, A NOSSA HOMENAGEM E A NOSSA SAUDADE.

DO SEU FILHO JUSTINIANO E FAMÍLIA.

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Querida Mestra,

Motivos e mais motivos só temos para lhe agradecer pelos seus ensinamentos, pelos seus bons exemplos e pelos seus atos generosos que tanto contribuíram para a formação do nosso povo.
Que a recompensa da sua incansável luta seja o descanso da sua alma na mansão celestial.
Pedimos a Deus que conforte os filhos e demais familiares neste momento de profunda dor.

Juvêncio Carneiro Neto e família.

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A Senhora Raquel, na sua existência, aqui na terra, por onde passou, soube semear muitas virtudes: a sua bondade, paciência, dedicação, bons exemplos, sua honestidade e, sobretudo, sua humildade, transformaram-na em um ser humano inesquecível. Um exemplo de vida para aqueles que tiveram o privilégio de conviver ao seu lado e ouvir suas sábias lições e ensinamentos.
Nós, da família de Pompílio Pimenta, seu compadre, desejamos que descanse em paz, e que Deus dê o conforto ao coração de cada um dos seus familiares e amigos.

Saudades eternas de Pompílio e família

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Cido e família:

Perdemos hoje uma das pessoas mais ilustres da nossa terra. Pioneira da educação, da simplicidade, da simpatia, da cordialidade, do rompimento de barreiras preconceituosas, enfim um grande exemplo de ser humano correto e digno a ser seguido por todos nós.
Orgulhamo-nos de ser contemporâneos da sua mãe: querida professora Raquel Pereira Carneiro.

Saudades sim; tristeza não!

Abraços do amigo José Tadeu Bonfim Carneiro e família.

Caetité, 24 de novembro de 2008


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“Na vida, há momentos em que sorrimos e compartilhamos alegrias; momentos em que choramos, e tudo nos parece triste; momentos difíceis que não somos capazes de compreender. Que as boas lembranças superem a tristeza e as dificuldades deste momento”.

Raquel: “Muitos são chamados e poucos, os escolhidos”. Esperamos que você seja um desses escolhidos.
Rogamos a Deus que ilumine e proteja o seu descanso eterno!

Aos filhos e filhas, genro, noras, netos e bisnetos, que Deus, juntamente com a Corte Celestial, ilumine e conforte o caminho de todos vocês!

São os votos de Ana Batista Marques e filhos.

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Primos:

Que esta mensagem encontrem vocês mais conformados...
É com grande pesar que escrevemos para vocês pois a distância nos impede a presença para uma visita.
Infelizmente, perdemos mais um ente querido, Tia Raquel tão querida e admirada por todos, posso afirmar que dentre todas essas pessoas da nossa Tanque Novo, os meus pais a admiravam e a respeitavam muito pela pessoa que era muito querida.
Fiquem em paz e que Deus os console, pois conforme o tempo passa, necessitamos desta força, porque a saudade aumenta cada vez mais.

“A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina.”

Um grande abraço,
Ana Zoraide Marques e família
São Paulo, dezembro de 2008.

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Aos familiares de Dona Raquel Pereira Carneiro:

Nossos sentimentos pela perda da vossa mãe. Uma pessoa querida e muito respeitada por tudo que representou para a comunidade de Tanque Novo. Pensamos que ela deixou um legado de conhecimento incomparável e, principalmente, exemplo de humildade. Que as novas gerações inspirem-se no seu exemplo.
Que Deus os ilumine para suportarem a falta e a sua ausência.

Ana Magalhães Lessa e filhos.

Guarulhos-SP, 26/11/2008.

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À família de Dona Raquel:

Nossos sentimentos por uma grande e irreparável perda desta ilustre mulher que foi para essa cidade o símbolo da educação, criando raízes e deixando um exemplo de família.

Abraços carinhosos de:

Aparecida C. Magalhães, filhos, noras e netos.

Caetité, 26/11/2008

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Aparecido,

Fiquei muito tocada com a notícia do falecimento de sua mãe! Aceite os meus sinceros sentimentos! Uma perda é sempre uma perda e a idade avançada só nos deixa mais saudades, pois o convívio foi mais longo, e o vínculo é mais intenso.
A minha mãe está com quase 98 anos, e eu agradeço a Deus todos os dias pela sua presença entre nós, e ainda achamos que não é tempo dela partir! Mas, é o nosso caminho e nos restam as lembranças dos bons momentos aqui vividos.
Vou rezar por vocês e por ela.
Abraços,

Maria da Conceição Oliveira

Caetité, 25 de novembro de 2008

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RAQUEL PEREIRA

DAI-LHE SENHOR, EM FELICIDADE NO
CÉU, O QUE RAQUEL PEREIRA NOS DEU
EM CARINHO E DEDICAÇÃO NA TERRA.
MULHER HONESTA,TRABALHADORA, FIEL E EDUCADORA. DESCANSE EM PAZ!

SAUDADES ETERNAS DA SUA COMADRE CELINA ALVES CARNEIRO,
SEU AFILHADO
FLORISVALDO ALVES CARNEIRO E FAMÍLIA.

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Lia e familiares:

A travessia de Dona Raquel deixou um brilho de estrela em nossos corações, como exemplo de vida, mãe, educadora, dignidade, amor, dedicação e cidadania.
Que essa missão cumprida seja recompensada na glória celestial. E que Deus a tenha em seus braços.
Meus sentimentos. Saudades!
Meu abraço fraternal a todos.

Edilce Rosa da Silva

São Paulo, 02/12/2008.

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Tanque Novo, hoje, amanheceu triste.

Perdemos uma grande pessoa, a professora pioneira da nossa querida Tanque Novo – a professora Raquel Pereira.
Querida Dona Raquel, mulher de caráter, de valor incalculável, com toda simplicidade, teve sua vida pautada no respeito, na honestidade, no trabalho e na dignidade.
Descanse em paz, Dona Raquel!

Saudades eternas de Elson Neves de Oliveira e família.

Tanque Novo, 24 de novembro de 2008

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Ao Dr. Aparecido Carneiro e toda a família enlutada:

“Sabemos que palavras não são suficientes para consolar a perda de alguém querido, mas, talvez esta mensagem lhes ofereça um pouco de conforto, ao saberem que outras pessoas estão com vocês neste momento tão triste”.
Contem comigo!

Abraços solidários da amiga Idalina Vieira Cardoso.

Caetité, 24 de novembro de 2008.


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QUERIDA TIA RAQUEL,
PROFESSORA EXEMPLAR,
MÃE CARINHOSA,
AMIGA FIEL.
FOI UMA GRANDE ESPOSA E COMPANHEIRA.
MINHA PRIMEIRA PROFESSORA,
NUNCA ESQUECEREI. TIA, IREI
TE AMAR PARA SEMPRE!
TIA RAQUEL, FIGURA
IMPORTANTE QUE HOJE E
SEMPRE FARÁ PARTE DA
HISTÓRIA DE TANQUE NOVO.

SAUDADES ETERNAS DE JOSÉ CARLOS MARQUES E FAMÍLIA.

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COMADRE RAQUEL,
MINHA PRIMEIRA PROFESSORA,
MINHA COMADRE DE GRANDE
ESTIMA, MINHA VIZINHA AMIGA.
VOCÊ PARTIU DEIXANDO
SAUDADES. SUA MORTE NOS
ENTRISTECEU, MAS , SUA VIDA E SEU
EXEMPLO SUAVIZAM NOSSA DOR.
DESCANSE EM PAZ!

SAUDADES ETERNAS DE SEUS
GRANDES AMIGOS E VIZINHOS: JOSÉ
CARNEIRO SOBRINHO( DECA),
JOSEFINA (ZI) E TODOS SEUS
FAMILIARES.

Tanque Novo, 24 de novembro de 2008


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Dona Raquel:

Pessoas queridas são para toda vida. A senhora foi muito especial para todos nós.

Saudades eternas dos amigos Lia e Wagner.

Caetité, 24 de novembro de 2008.

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Cido:

Nossos sentimentos. Gostávamos muito dela. Que Deus lhe dê um bom lugar no céu.
Nesta hora, já está junto com João, Neném e Conceição, dos quais eu tenho muitas saudades. Lembro de Geraldo todos os dias, pois aqui no meu prédio tem um funcionário que é a cópia fiel dele. Dê um forte abraço em todos.
Aqui tudo está na santa paz. E para vocês muito consolo, porque perder uma mãe é um pedaço da gente que vai junto.
Beijos!
Zezé Miranda

Salvador, 25 de novembro de 2008


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Para demonstrar um enorme carinho que temos por madrinha Raquel, com certeza ela se encontra num lugar bem melhor do que o nosso.

São os sentimentos de Dori, Anamaria e Ana Luísa.

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Maria de Dona Raquel, irmãos e familiares:

Eu, Manoel, Maria e Luís enviamos nossas condolências pelo falecimento de Dona Raquel. As suas tristezas são as nossas saudades.

Manoel Nunes (Manoel de Jacinto)

Guarulhos-SP, 24/11/2008.

BIOGRAFIA





Uma História de Vida Dedicada á Educação

Rachel Pereira de Andrade nasceu na Fazenda Pintada, de José Antônio Tanajura, vizinha da Fazenda Cajueiro de Policarpo Ribeiro, no dia 30 de janeiro de 1917, depois mudou-se para a Fazenda Vazante, de seu tio Ciro Pereira de Andrade, perto da vila Gentio, hoje Ceraíma, município de Guanambi-Bahia. Era filha de Renato Pereira de Andrade e Leonor Fagundes Cotrim. Seus avós paternos foram: Manoel Andrade (Rio Branco de Bom Jesus da Lapa) e Raquel Pereira (Guanambi); e seus avós maternos: Manoel Fagundes Cotrim (Caetité) e Serafina Pinheiro de Canguçu (Brumado).
Teve três irmãos: Maria da Conceição Pereira, João Pereira Sobrinho e Geraldo Pereira de Andrade.
Aos quatro anos de idade foi adotada pela sua tia Silvéria Maria de Jesus Fagundes, passando a morar em Caetité.
Menina muito ativa, inteligente e esforçada, teve o privilégio de estudar na Escola Normal de Caetité, uma das melhores escolas da Bahia, naquela época. Um ano antes de se formar, nas férias de 1931, teve um estágio remunerado na comunidade de Juazeiro, município de Caetité, durante dois meses, ficando hospedada na residência do Senhor Antônio Tintino e Dona Teresa.
Formou-se no dia sete de dezembro de 1932, com 16 anos incompletos, sendo nomeada pelo Estado, para trabalhar em Tanque Novo, um povoado que contava apenas 22 casas e uma capela.
Viajou em companhia de sua tia Silvéria e de dois guarda-fios de Caetité: Sr. Estêvão Lopes e Sr. Heteriano, conhecido como Neném Coqueiro. A viagem foi a cavalo e aconteceu no dia 22 de maio de1933. Chegando a Tanque Novo, teve uma bela recepção pelo Sr. Antônio Alves Carneiro (tio Tõe) e outras famílias, ficando hospedada, nos primeiro dias, na casa do Sr. Teotônio Marques da Silva. Foi bem tratada, inclusive, pelo professor leigo (leigo no bom sentido, porque não tinha formatura), o Sr. José Marques Carneiro (tio Cazuza) que por sinal era capacitado e muito inteligente.
A primeira sala de aula foi cedida pelo Sr. Laudelino José da Silva (Dãozinho), conhecida como República dos Viajantes.
Logo de início, matriculou 30 alunos, na faixa etária de 7 a 16 anos. Devido à sua pouca idade, na hora do recreio tinha disposição para brincar com os meninos e com as meninas. Mas, quando necessário, sabia agir com rigor, punindo e até colocando de castigo aqueles mais rebeldes, demonstrando maturidade e coragem.
Com o passar do tempo, acumulava na mesma sala de aula, alunos do 1º ao 5º ano primário. Além das matérias básicas: Gramática, Aritmética, História, Geografia e Ciências, ensinava também, artesanato e bordado.
Havia, nessa ocasião, visitas periódicas de inspetores escolares, que chegavam de repente, sem qualquer aviso prévio, para avaliação do ensino. Só que a professora não se preocupava, pois contava com excelentes alunos, aptos para responderem a quaisquer perguntas.
Raquel Pereira costumava passar férias ou feriados no povoado de Bonito (atual Igaporã), onde residiam vários parentes. Numa dessas viagens, mais precisamente no dia 7 de setembro de 1935, solicitou a seus primos Messias e Maria, um dos seus filhos para ir morar com ela e sua tia Silvéria. Justiniano Pereira de Sousa, que tinha apenas quatro anos de idade, foi quem se dispôs a ir morar com elas. No início, chamava sua prima de “Tia Quezinha”. Depois passou a chamá-la de Dindinha.
Justiniano foi criado e educado com muito amor e carinho pela professora Raquel e sua tia Silvéria.
Alguns anos depois, em 1943, essa professora se casou com ARLINDO ALVES CARNEIRO e o seu nome passou a ser RAQUEL PEREIRA CARNEIRO.
Arlindo Alves Carneiro nasceu em 31 de julho de 1915, e era filho de Joaquim Alves Carneiro (Coronel) e Maria Francisca de Jesus Carneiro (Dona). Seus avós paternos eram: Juvêncio Alves Carneiro e Arlinda Gomes; e seus avós maternos, Prudenciano Alves Carneiro e Gertrudes Francisca de Jesus Marques. É bom destacar que seu avô paterno era irmão do seu avô materno. Juvêncio Alves Carneiro e Prudenciano Alves Carneiro foram os verdadeiros fundadores de Tanque Novo. Foram eles que compraram a fazenda “Furados”, sendo povoada e transformada em vila, pertencente a Macaúbas, depois distrito de Botuporã e, emancipada politicamente em 1985, permanecendo com o nome de Tanque Novo. Seu avô materno (Prudenciano) foi quem construiu a primeira capela, tendo como ajudante sua esposa Gertrudes. Esse casal, também, doou o terreno para a construção da primeira praça; conhecida, hoje, como Praça da Matriz.
Seu esposo Arlindo era agricultor e comerciante (farmacêutico prático), mas, sempre arrumava algum tempo para lhe dar uma “mãozinha” na escola, tomando a lição dos alunos de 1º ano. Essa tarefa, às vezes, era delegada aos alunos mais adiantados.
Desse casamento nasceram oito filhos, sendo seis vivos: Maria, Raquelinda, Arlindo, Edílson, Aparecido e Eloísa. E dois que faleceram com poucos meses de vida: Zélia e Joaquim.
Além de ser professora, ministrava catecismo, ensinava hinos religiosos à mocidade, e como membro atuante do Apostolado do Sagrado Coração de Jesus, acabou sendo secretária do mesmo, cujo presidente era o Sr. Arquimimo Alves Carneiro. Incentivava os festejos da padroeira Coração de Maria, apresentando peças teatrais (uma delas, a Cavalhada Mourama, cujo resumo foi extraído de um livro, em parceria com o Sr. Moisés Marques). Orientava, também, suas alunas, na coroação de Nossa Senhora. Foi ela, inclusive, quem trouxe o primeiro cântico para a coroação da imagem da padroeira, conseguindo a cópia do mesmo com suas primas de Bonito (Igaporã). Contribuía, assiduamente, com o leilão da primeira noite de novena, em louvor ao Coração de Maria.
Sabia também, costurar roupas, bordava enxovais de noivas, tocava bandolim e realizava outros trabalhos domésticos.
Participou ativamente, dos primeiros progressos de Tanque Novo, como a criação do Posto de Correios e da feira livre, reivindicações suas, contando com a participação de outras pessoas, inclusive de seu marido Arlindo. Foi ele quem escolheu o dia da semana para a realização da feira: terça-feira, que vigora até hoje. Viu surgir, também, a primeira banda filarmônica, criada pelo seu sobrinho e ex- aluno, Osvaldo Marques da Silva (Vavá Marques), juntamente com outros sócios.
Foram 32 anos cansativos de magistério, porém, com saldo bastante positivo; através de sua formação básica, muitos puderam continuar seus estudos, tornando-se professores e doutores ou funcionários públicos concursados. Nota-se, entretanto, que alguns não puderam prosseguir estudando, mas, sobressaíram como comerciantes ou políticos, tendo apenas o curso primário realizado com a professora Raquel.

Ela sempre foi grata aos professores e algumas pessoas de Caetité, que colaboraram com sua educação e instrução. Citava sempre os nomes de D. Manoel Raimundo de Melo (1º bispo de Caetité), Monsenhor Luís Bastos e Dr. Edgar Pitangueira; os professores Alfredo José da Silva, Antônio Meireles, Carmem Spínola Teixeira, Maria Constância Paranhos Cardoso, Dulce Silva Araújo, Aloísio Short, Beatriz Rodrigues Lima, Maria Lobão Neves, Maria Celina Rodrigues Lima, Helena Lima Santos e Belanisa Lima.

Outras pessoas influentes:

Durval Públio de Castro e Dona Lia Estevão Lopes;
Heteriano Pereira de Castro e Dona Maria Edna;
Maria Moreira da Silveira (sua madrinha);
Bernardo e Dona Emma;
Júlia e sua filha Alzira Viana;
Antônia (Tonica), esposa do Sr. Otávio;
Maria Amélia, esposa do Sr. Virgilino;
Semíramis Azevedo, esposa do Sr. Manoel Fagundes Azevedo, e sua filha Adélia
Letícia, esposa do Sr. Cazuza;
José Elísio (mestre de música) marido de Dona Ciu;
Senhor Otto Koehne e Dona Alice;
Senhor César Augusto de Castro e Ianie Silveira.

Exercer o magistério é como exercer um sacerdócio: requer muito sacrifício. Todavia, seu sacrifício não foi em vão. Por isso, várias homenagens foram prestadas a ela: nome de prédio escolar, nome de rua, poesias e até uma valsa dedicada pelo seu saudoso afilhado e ex-aluno, Lindouro Marques. Em 2003, os professores de Tanque Novo lhe renderam graças, através de uma missa solene, presidida pelo padre Edson, com direito à placa comemorativa, pela passagem dos setenta anos de magistério, contando com a presença de alguns alunos da primeira matrícula. E, no ano de 2005, no Dia do Professor, foi exibido um DVD sobre sua vida, produzido pela Secretaria Municipal de Educação de Tanque Novo.

A professora Raquel Pereira Carneiro faleceu no dia 24 de novembro de 2008, deixando uma grande lição de vida: humildade e amor ao próximo. Além disso, seu legado é muito rico em educação e cultura.

“A maior recompensa do Magistério não é o que pagam por ele; mas, aquilo em que ele transforma as pessoas”.

20 de dez. de 2008

HOMENAGEM DO GRUPO ESCOLAR RAULINDO C. PIMENTA

DONA RAQUEL:

“QUE OS NOSSOS SONHOS SEJAM FORTES , TÃO FORTES,QUE NOS RETARDEM A MORTE. QUE NOS FAÇAM ILESOS ÀS ENFERMIDADES E QUE NUNCA VENHAMOS A PERDER A SOBRIEDADE; QUE OS NOSSOS SONHOS SEJAM GRANDES, TÃO GRANDES, QUE PAREÇAM ROMPANTES. E A IMENSIDÃO DELES NOS ENVOLVA SEMPRE, LEVANDO-NOS CADAVEZ MAIS ADIANTE!
QUE OS NOSSOS SONHOS SEJAM BONS, TÃO BONS, QUE TODOS QUEIRAM IGUAIS. QUE POSSAMOS CORTÁ-LOS, DISTRIBUÍ-LOS SEM PERDER A SUA FORÇA ORIGINAL. QUE OS NOSSOS SONHOS SEJAM ETERNOS, SUAVES, DOCES, PASSIONAIS OU FRATERNOS. QUE JAMAIS FALTEM POR TODO O SEMPRE E QUE ESTEJAM NA MENTE SEMPRE PRESENTES! O ENCANTAMENTO SOBREVIVERÁ EM NÓS, PORQUE DOS SONHOS TIRAMQS O ENCANTO QUE A VIDA, SOZINHA, JAMAIS PODERÁ DAR.
SEJAMOS POIS, FELIZES E SONHADORES”!

O TEU TRABALHO FOI PERFEITO. MESMO DEPOIS DE TUA MORTE ELE PERMANECERÁ.

GRUPO ESCOLAR RAULINDO C. PIMENTA

HOMENAGEM DA ESCOLA MUNICIPAL TEOTÔNIO MARQUES

À Inesquecível Dona Raquel:

SAUDADE...

“Um dia todos nós iremos nos separar...
Sentiremos saudades de tudo, das conversas, das descobertas, dos sonhos,
dos risos e momentos que compartilhamos.
Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das vésperas de finais
de semana e de finais de ano. Enfim... do companheirismo vivido.
Em breve, cada um vai para seu lado, seja pelo destino, ou por algum
desentendimento, seguimos nossas vidas, até que este contato se torne cada
vez mais distante. E isso vai doer muito...A saudade vai apertar bem dentro
do peito. E entre lágrimas vamos dizer: que saudades”!

Descanse em paz, com a certeza de que sua vida e luta deixarão recordações inesquecíveis na memória daqueles que a conheceram, e tiveram o privilégio de sua companhia.
Sentiremos saudades.

HOMENAGEM DA ESCOLA MUNICIPAL TEOTÔNIO MARQUES.

Tanque Novo, 24 de novembro de 2008.

HOMENAGEM DO CEPAAC

“ Se não morre aquele que planta uma árvore;
E se não morre aquele que escreve um livro;
Com maior razão não deve morrer aquele que ensina, pois ele planta nas almas e escreve nos espíritos.”
(Berthold Brecht)


"Por essa razão, temos convicção de que permanecerá viva tanto em nossa memória quanto na história de Tanque Novo, pois semeou em nossas almas o saber através da sua dedicação em ensinar e incentivar os educadores que vieram depois da senhora."

Com pesar, despedimo-nos com esta singela homenagem à Pioneira da Educação, Raquel Pereira Carneiro.

Descanse em paz!

Centro Educacional Professora Alzira Alves Carneiro

CARTA EMOCIONANTE DE IVANILDA




Querida família Pereira:

O que posso dizer de uma pessoa como Dona Raquel?
Nesta hora, tudo o que for dito, não suprirá a nossa dor. O silêncio seria melhor. Mas, particularmente, ela foi, é e será o meu exemplo de vida. Mulher íntegra, dinâmica, que sempre procurou dar mais do que receber. Que a grandeza do homem é amar bem mais do que ser amado. Mulher tão pequena, tão frágil, e, ao mesmo tempo, tão forte e tão grande!
Dona Raquel, minha querida amiga, minha flor! A rosa que desabrochou no meu coração e que teve para comigo, uma boa palavra, um sorriso, um gesto de incentivo, um pensamento generoso. Que na sua grandeza de coração, fez tanto, sem esperar nada em troca. Por tudo isso, e muito mais, tanta saudade. Mãe amorosa, esposa extremosa, vovó adorável, amiga eterna.
Não fico triste por você, não, minha florzinha! Pois, sei que as flores têm sementes e florescem em outros jardins. Fico triste por mim mesma, que te perdi. Por não ter mais o teu sorriso, o teu olhar, mesmo cansado, mas sublime; o teu falar compassado e doce.
O meu maior pesar foi não ter atendido o teu pedido, para que eu estivesse presente, na tua partida... Queria estar ao teu lado, mas, como foste tão sábia, hás de entender a minha ausência. Meu coração está de luto, meus olhos choram. A minha dor é grande, porém, me consolo, pois, sei que no céu, todos os anjos estão felizes com a tua chegada.
É isso aí, Raquel Pereira! Continue a tua caminhada no céu, porque os anjos não morrem.

Rouxinol livre nos campos,
Amor-perfeito, cultivado em jardim.
Quero, por Deus, como quero,
Usar seus encantos pra mim.
Encanto de sublime beleza,
Luz do universo sem fim.

Saudades!

Ivanilda e familiares

19 de dez. de 2008

ÚLTIMA TURMA LECIONADA PELA PROFESSORA RAQUEL






Uma das primeiras turmas - década de 1930 (pouca nitidez)
Profa. Raquel - indicada pela seta


Última turma lecionada pela Profa. Raquel - 1965

1ª fila:

1- Laurita Neves 2- Dulcinéia Queiroz 3- Clarice Neves 4- Ana Bela Carneiro
5- Berlamina Queiroz 6- Gilda Cardoso 7- Edílson Santana Carneiro
8- Lourivaldo Lopes Carneiro 9- Antenor Alves Carneiro 10- Osvaldo Batista
11- Élio Batista 12- Milton Brandão 13- Edvaldo Batista 14- Ovídio Alves Carneiro

2ª fila:

1- Deolinda Araújo Batista 2- Délia Afonso Carneiro 3- Mariluce Pereira de Souza
4- Marilene Pereira de Souza 5- Ana Luzinete Batista Marques 6- Maria de Lurdes Carneiro
7- Dilva Batista 8- Maria de Lurdes Sá Teles 9- Alice Maria de Souza 10- Maria de Lurdes Silva
11- Elizabete Bonfim 12- Maria de Lurdes Malheiro Professora Raquel Pereira com seu filho Aparecido Carneiro Pereira 13- Edvaldo Brandão 14- Ari Carneiro Batista
15- Ademar Ferreira Carneiro 16- Edmundo Bonfim 17- Celso Luiz Carneiro
18- José Carneiro Marques 19- Ângelo Batista 20- Dourival Lopes Carneiro (ficou cortado).

Obs.: Atrás da Bandeira - Celina Lessa de Oliveira


VISITA DE INSPETOR / 1938 - 1941





Clique nas gravuras para ampliá-las


LIVRO DE MATRÍCULA - PRIMEIRA TURMA / 1933

Turma Masculina
Turma Feminina

Clique nas gravuras para ampliá-las

QUADRO DE FORMATURA / 1932



Quadro de formatura da turma de 1932 da Escola Normal de Caetité, Bahia.
Esse quadro foi doado por Eunice Lopes, colega de Rachel.

Obs.: Rachel Pereira de Andrade é a quinta, da esquerda para a direita, na fila de baixo. Clique na foto, para ampliá-la.

FOTO FORMATURA / 1932


15 de dez. de 2008

HOMENAGEM DO GRUPO ESCOLAR RAQUEL PEREIRA


Turmas de Maria e Raquelinda
À direita - Raquelinda e seus netos:
Marlon, Ísis e Laila


Querida Professora Raquel Pereira: neste dia tão especial em que até o céu chora, lembramos com carinho dos anos a fio de intensa dedicação às pessoas dessa cidade.
Você que teve a sua trajetória de vida marcada pelo espírito de luta, determinação, bondade, sabedoria, nos guiou na procura de um dos maiores tesouros da humanidade _ a Educação. O seu pioneirismo nos servirá de exemplo e orgulho para a história de Tanque Novo. E especialmente a nós, professores e funcionários do Grupo Escolar Raquel Pereira, temos a honra de levar o seu nome e mais ainda, poder transmitir aos nossos alunos quem foi Raquel Pereira.
Impossível encontrar alguém nesta comunidade que não saiba quem foi Dona Raquel. Mulher guerreira, culta, preocupada com todos e com tudo, atenciosa, muito bem educada, trabalhadora, honesta, justa, incapaz de fazer mal a alguém, enfim de coração muito bom.
Para os familiares lembramos que, apesar da dor da perda e das saudades fiquem contentes, pois foram privilegiados de serem filhos, genros, noras, netos, bisnetos de dona Raquel.
Professora Raquel ficamos muito honrados e orgulhosos em poder trabalhar na escola que leva o seu nome; aliás, foi uma homenagem merecedora por ter sido a primeira professora e também por terem sido suas duas filhas professoras, Maria e Raquelinda, as primeiras a lecionarem na referida escola.
Neste momento só temos a agradecer por tanta dedicação e pedir a Deus que lhe proporcione o descanso eterno. Vá em paz na certeza de que seu esforço não foi em vão. As sementes que plantaste para sempre brotarão dando continuidade ao que começaste.
Que o caminho de encontro a Deus se abra à sua frente; que o vento sopre lentamente em suas costas; que o sol brilhe morno em tua face; que a chuva caia de mansinho em seus campos; e a sua imagem, essa vai continuar aqui para sempre, ao longo das gerações.

Professores e funcionários do Grupo Escolar Raquel Pereira

10 de dez. de 2008

COLEGAS E PROFESSORES DE RACHEL / 1932


   








Colegas e professores de Rachel Pereira de Andrade


(Clique na foto para ampliá-la)
Obs.: Rachel é a primeira da esquerda.


1- Agnalda P. de Castro 2- Alodilia da S. Ivo 3- Annisio Elysio Silva 4- Aurora B. Azevedo 5- Bernadina Gomes 6- Dalva M. S. Lima 7- Dulce Vianna 8- Edith F. de Castro 9- Eunice Lopes 10- Floriano Tanajura Meira 11- Gilberto da Sila Ivo 12- Guiomar Trindade 13- Herminia Q. Matos 14- Hyeront B. Neves 15- Ianie Oliveira 16- Isaltina S. Souza 17- Ithamar P. de Castro 18- Lidia C. da Silva 19- Maria Sofia Fernandes 20- Maria Froés de Castro 21- Maria das Dores Costa 22- Mário dos Santos Padre 23- Nunilla da S. Ivo 24- Olver Fagundes Vieira 25- Oscar Q. Matos 26- Ovidio S. Souza 27- Nice P. da Silva 28- Waldick C. P. Montenegro


Raquel, quem a definiu melhor foi seu aluno Teotônio Marques Filho (Tunico):

"A Pérola Negra de Caetité".

Professores que estão na foto acima:

José F. Junqueira Ayres, Alfredo José da Silva e Antônio Meireles


Veja, abaixo, algumas biografias de ex-professores de Rachel, na Escola Normal de Caetité:


Foto autografada e presenteada a Raquel, pelo Professor Alfredo, duas semanas antes da primeira viagem dela para Tanque Novo.


Biografia do Professor Alfredo José da Silva


Alfredo José da Silva era natural de Santo Amaro da Purificação (então Nossa Senhora da Ajuda do Bom Jardim) e nasceu em 20 de abril de 1887. Negro e de origem humilde, adquiriu a formação na área de Letras. Estudou, inicialmente, em escola particular, em Engenho América, Freguesia da Igreja Nova, município de Alagoinhas. Depois, em escola pública estadual, do sexo masculino, da Freguesia de Santana do Lustosa, município de Santo Amaro. Sempre foi aluno destacado.
Exerceu o magistério na região de Lavras Diamantinas. Em seguida, Livramento, outros lugares e, finalmente, Caetité. Foi nomeado através do decreto de 10 de março de 1926, lente catedrático interino de língua portuguesa da Escola Normal de Caetité. E, através do decreto de 19 de março de 1930, foi nomeado diretor, também, dessa Escola, exercendo esse cargo até 12 de novembro de 1935, quando foi exonerado a pedido.
O professor Alfredo foi, também, diretor do Instituto de Educação Anísio Teixeira (IEAT). Chegou a ser prefeito (intendente) da cidade, por dois anos (1947 e 1948).
Era um homem de temperamento fechado, exigente quanto à família, mas um cidadão honesto e responsável, quer como diretor da Escola Normal por duas vezes, ou como Prefeito Municipal, ou, ainda, como professor de Português e Literatura Brasileira do curso normal, dispensando aos seus alunos tratamento justo e correto. Um pai de família exemplar e um amigo leal. Tinha uma deferência especial pelos alunos de cor, como ele próprio, sem que houvesse nisto, prejuízo para os outros colegas.
Foi um intelectual de primeira, que organizou uma biblioteca volumosa, particular, rica e eclética, à qual dedicava todo o seu tempo lendo e zelando.
Era, também, de religiosidade católica.
Notabilizou-se, em Caetité, pelo seu alto grau de intelectualidade e pelo seu legado de grande valor à comunidade caetiteense, representado pela sua biblioteca, com exemplares que variavam dos manuais de ensino das letras às revistas de circulação nacional.
O professor Alfredo faleceu em Caetité, no ano de 1985.



Professora Carmen Spínola Teixeira



Biografia da Professora Carmen Spínola Teixeira


Carmen Spínola Teixeira nasceu em Caetité-Ba, em 19 de março de 1909. Era irmã de Anísio Teixeira.
Foi professora catedrática efetiva da Escola Normal de Caetité, primeira Escola Normal do sertão baiano. Psicóloga e pedagoga, suas experiências expressaram a filosofia anisiana implantada entre 1950/1974, período que dirigiu o Centro Educacional Carneiro Ribeiro.
Seus estudos primários, secundários, complementares e especialização definiram sua trajetória profissional na história sociocultural iniciada em sua terra natal, Caetité, sertão baiano. Estudou com sua tia Priscila de Sousa Spínola, no Colégio Nossa Senhora de Lourdes e, depois, num colégio de freiras, de onde se registra sua deferência por madre Maria do Rosário, no Cenáculo, com quem se correspondia.
Apesar de sua religiosidade, Carmen teve um olhar mais amplo, refletindo filosoficamente, no ensino das ‘Sciencias da Educação’, disciplina composta de várias matérias, que ensinou por muito tempo, em Caetité.
Já, em Salvador, ensinou, coordenou e dirigiu diversos segmentos da vida privada e pública. Travou conhecimentos com muitos políticos e dirigentes, principalmente, na época em que seu irmão, Anísio Teixeira, foi Secretário de Educação e Saúde, no governo de Otávio Mangabeira. Participou de comissões e da implantação de trabalhos orientados por Anísio Teixeira, a exemplo de um da UNESCO, de Charles Wagley, de extensa pesquisa de campo, no nordeste, nas áreas socioeconômicas e educacionais, na década de 1940, a nível estadual e nacional da sua equipe, nos Estados Unidos.
Com a sua autenticidade e modéstia, ela acreditou neste centro popular de educação, visando garantir a educação básica para todos, em tempo integral, sem currículo padronizado, com professores qualificados para desenvolvimento de atividades diferenciadas. Esta experiência projetou o Centro em nível de Brasil, exportando know-how para Estados Unidos, Inglaterra e França. Desafiou regras impostas pelo regime, em benefício do Centro; e sabia dizer ‘não’ em ocasiões difíceis, como marco de sua personalidade forte e combativa.
Carmen Spínola Teixeira faleceu em Salvador-Ba, em 14 de maio de 2002.



Professora Helena Lima Santos


Biografia de Helena Lima Santos


Helena Lima Santos nasceu em Livramento do Brumado, atual Livramento de Nossa Senhora, Bahia, em 23 de agosto de 1904. Filha de Manuel Pedro de Lima e de Leonídia Maria de Lima, era irmã de Hermes Lima, primeiro ministro do Brasil.
Concluiu o magistério, em Salvador, Bahia, no Educandário Sagrado Coração, no ano de 1925. Chegou a Caetité, em 1926, a convite do Dr. Anísio Teixeira, para integrar o corpo docente da Escola Normal que, naquele ano, estava sendo reativada. Assumiu a disciplina de Geografia Geral e do Brasil, cadeira na qual foi titular e catedrática.
Casou-se, em 1936, com o telegrafista José Sátiro dos Santos, com quem teve dois filhos: Roberto Lima Santos e Maurício Lima Santos.
Além de ter sido professora, foi Diretora Geral da Escola Normal de Caetité, no período de 1952 a 1953.
Aposentou-se em 1964. E, depois de aposentada, teve importante influência na vida sócio-cultural de Caetité, especialmente junto à Associação das Senhoras de Caridade (ASC), e no Clube da Amizade (entidade constituída por professores aposentados).
Apoiada em vasta documentação, principalmente, o jornal “A Penna”, e embasada nos registros de João Gumes e Pedro Celestino da Silva, escreveu o livro “Caetité Pequenina e Ilustre” que foi editado, despretensiosamente, em 1976. O objetivo principal era suprir a lacuna de informações escritas sobre a história de Caetité e das suas principais famílias. A obra trouxe-lhe uma avalanche de informações adicionais orais, escritas e fotográficas sobre a história caetiteense, seus detalhes, as origens das suas famílias, que a autora soube, com zelo e disciplina, ir compilando, dando forma e recheando com sua prosa envolvente, plasmando-se a segunda edição, que foi lançada em 1997.
Caetité, cidade bicentenária, comandou, durante muito tempo, o processo político, administrativo e religioso de todo o Alto Sertão da Bahia. Com muita maestria, a professora Helena Lima pintou o retrato da história regional, desde a chegada dos primeiros homens brancos a estas plagas sertanejas, detalhando, assim, o nascimento das principais famílias caetiteenses. Seu livro é fundamental para aqueles que desejam conhecer esta rica e histórica região do estado da Bahia. Além disso, serve de subsídio para aqueles caetiteenses que pretendam construir suas árvores genealógicas.
No jornal Tribuna do Sertão do seu (falecido) filho Maurício Lima, em Brumado, Bahia, publicou seguidamente crônicas da história sertaneja que constituem importante fonte de consulta para os historiadores locais.
Patrona da Academia Caetiteense de Letras, Helena Lima Santos faleceu em Salvador, Bahia, em 1998, um ano depois do lançamento da segunda edição do seu livro “Caetité Pequenina e Ilustre”.


Veja, abaixo, a crônica feita pela saudosa Professora Helena Lima, após o lançamento da segunda edição do seu livro "Caetité Pequenina e Ilustre", em 1997, no jornal Tribuna do Sertão:



Leia, abaixo, essa mesma crônica digitada. Há um parágrafo, onde a autora tece comentário elogioso sobre o casal Aparecido e Suzete.
Detalhe: o título da canção cantada pelo casal é "Amigos Para Sempre" e não, "Sempre Amigos", como foi publicado no jornal.


Crônica da semana

Helena Lima


O lançamento da 2ª edição do meu livro “Caetité Pequenina e Ilustre”


Foi no dia 21 de junho de 1997, às 20 horas, no Salão Nobre da antiga Escola Normal, agora, também, sede da Câmara de Vereadores, sob o patrocínio do Clube da Amizade, tendo contribuído apenas, com a despesa. Como da 1ª vez, não tive nenhum patrocinador.
O Clube, do qual também faço parte, se encarregou de todo o trabalho _ e tiveram um trabalhão! É formado de professores aposentados que vivem na cidade, quase todos, se não todos, que foram meus alunos, depois, colegas e amigos. Eles têm para comigo, um carinho e consideração especial, o que deve ser pela minha idade e também, porque gostaram do que lhes transmiti, e de um relacionamento amigável e respeitoso, de parte a parte. Sempre estou a me lembrar dos versos: “Do que houveres no pomar plantado, apanhe os frutos, recolha as flores.” Pois, estou recolhendo em carinho e gentileza, o que plantei... Não digo que não haja exceções; seria impossível uma unanimidade, mas, a grande maioria é camarada e muitos são amigos; todos, companheiros de Clube.
Assim, as dirigentes do Clube _ admitem-se sócios masculinos e temos alguns, mas, ainda não estão fazendo parte da direção. Como sempre, os homens muito ocupados nos seus altos negócios, não gostam de administrar, e eu digo, especialmente, os de Caetité. Todos os Clubes Sociais daqui morrem por não encontrar dirigentes masculinos para dirigí-los.
Como organizaram bem a noite do lançamento! Foi uma linda festa! Sob os auspícios de Cecê Guanaes Rochael e sua cunhada Dolores e sua irmã Palmira Guanaes Fausto, comandadas, à distância, pela “alma” do Clube, Tereza Guanaes, em Salvador e sob tratamento médico, mas, pôde chegar uns três dias antes, e que englobaram no evento todos os seus e ajudantes. (Reclamação de um deles: D. Cecê está para me matar!) Seria longo enumerar as providências que foram tomadas.
A festa constou de três partes: Apresentação, com abertura de um novo hino de Caetité, autoria da sócia Emiliana Nogueira Pita, poetisa, cantado pelo coral do Clube, sob a direção de outra sócia, Terezinha Bonfim, cuja voz de rouxinol é bem conhecida na região, secundada por outras companheiras bem dotadas. Foi uma homenagem a esta terra, uma exaltação a Caetité. Adorei!
Seguiram duas poesias, a 1ª, da caetiteense Nicodema Alves de Sousa, que marcou época nos anais sociais da cidade, no começo deste século, pela sua beleza, posição e vaidade. Nicó teve de ir embora para Salvador, por causa de negócios do marido, pelo futuro dos filhos e, ainda, por sua doença _ sofria de uma asma violenta que, afinal, veio a matá-la. Ela sentia muitas saudades de sua terra, principalmente na última fase da doença; escrevia versos, poesias, que seus filhos publicaram em livro. Uma delas foi escolhida para maior brilho da festa.
Em matéria de poesias, estamos bem servidos. Sou fã de Maria Esméria Guanaes Viademont, de Brasília, que ainda não publicou um livro, juntando suas poesias tão cheias de conteúdo do dia a dia, suas dores, alegrias e recordações e saudades. Quando há um grande evento na cidade, como boa filha, adora isto aqui, pedimos uma poesia do fato. Ela fez, entre outras, uma pela inauguração da Lavanderia Industrial, doada à ASC pelo Banco do Brasil: “A Lavanderia”. Pela restauração do Salão Nobre, a que se encontra num quadro, ali, exposto.
Bem, desculpem a digressão.
Seguiu-se outra poesia, muito laudatória. Depois, canto “Sempre Amigos” pelo casal Dr. Aparecido e Suzete, que formam a mais nova aquisição social, dupla de vozes bonitas e ajustadas, que se fica imaginando ser o motivo de se terem casado.
Seguiram-se os discursos. Foram muitos, mas, não cansou a assistência. Todos bem dosados, bem formulados; uns lidos, outros improvisados. Adorei todos. Alguns me comoveram (mas, não chorei!) como o da saudade oficial de Palmira Guanaes Fausto. Impossível destacar todos, mas, o improviso do Dr. Roberto Bahia, gerente local do INB (Indústrias Nucleares do Brasil), cuja presença na cidade é de apenas, um ano, e que está conquistando a estima e admiração de todos pela maneira inteligente e humana das primeiras providências para implantação da exploração do urânio (a ter que ser explorada, deve a região ter um melhor tratamento). Sua expressão “amor à primeira vista” diz bem da lhaneza com distingue sua nova comunidade. Outro improviso muito recebido foi o de Adonias Risério Pessoa, antigo aluno que veio expressamente, de Jequié. Ainda se lembra da minha exigência com que devia corresponder o esforço... “de seu pai que está lá, na roça, trabalhando para lhe manter estudando”. Todos gentis e extremamente magnânimos. Embora saiba distinguir bem entre os elogios e o meu merecimento, isto faz um bem muito grande _ um bem danado!
Maurício agradeceu a presença das autoridades e amigos, em nome da família; e eu própria lhes manifestei a satisfação de uma vida começada neste recinto, e estar ainda, nele, depois de tantos anos, participando ativamente.
Não posso terminar sem uma referência aos de salvador, Jequié, Guanambi e de Montes Claros, comitiva representada pelo Coronel Lázaro Francisco Sena, da Polícia Mineira; Dr. Dário Cotrim por si e pela Academia Monteclarense de Letras; pelo Dr. Ayer David, por si e pela sua esposa, a escritora Zoraide Guerra.
A época em que se pôde lançar o livro, depois de tanta demora, não foi boa. Muitos não puderam comparecer por compromissos anteriores, como o Professor Ático Vilasboas, grande colaborador, que escreveu a orelha do livro, com muita generosidade. Por uma falha lamentável, deixou de figurar seu nome, como seria de direito. Releve, caro amigo, esta falta de quem está nascendo agora, como gráfica impressora de livros, bem como outras falhas que, por ventura, apareçam. Qualquer falha, estamos prontos para trocar.
Finalmente, o livro em si, está bem impresso e encadernado; terá vida útil por muito tempo. Não é bem “primeiro mundo”, mas, não faz vergonha em qualquer estante, e, além disto, é um esforço pioneiro no nosso sertão, aonde as impressoras, as boas, ainda não chegaram. E é um primeiro passo.
Quanto ao conteúdo, é tudo quanto consegui arrebanhar, em anos de pesquisas, num meio sem escrita, que não guarda memória do passado; onde prefeitos mandam demolir prédios históricos, nomes de antigos habitantes que designam monumentos, instituições, ruas e praças, são substituídos à revelia; praças viram ruas. Sem falar no perigo de contar os fatos como aconteceram, desagradando descendentes. É um acumular de “caras feias”, de pessoas que em nada são responsáveis pelo que eles fizeram. É caminhar em areia movediça... Afinal, argumentam, para que bolir com quem já morreu? _ Para que os vindouros saibam como tudo começou, aconteceu e acabou; e interpretando fatos realmente acontecidos, busquem a direção e um guia para o futuro. É este o papel da história; seja a grande, a universal ou o pequeno acontecimento local.
Espero, assim, ser compreendida, pois, a compreensão é o primeiro passo da boa convivência.


Helena Lima Santos
Caetité, 30 de junho de 1997.



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Visite, também, a página: Escola Normal de Caetité




Abaixo, fotos de Eloísa e Aparecido com duas ex-colegas de Rachel:


  Nesta 1ª foto, com Dalva M. S. Lima
  (D. Dalvinha, irmã de Dr. Vanni)




Na 2ª foto, com Agnalda Públio de Castro
(filha de Durval Públio de Castro)









Obs.: Estas fotos foram acrescentadas à página, em dezembro de 2011.

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