Contra-capa e capa do Cordel - dê um clique para ampliação!
A primeira foto da contra-capa é de 1965.
Raquel Professorinha
Olá, classe estudantil!
É com muita satisfação,
Aproveito a oportunidade,
Para esta apresentação.
Vou falar de uma pessoa:
Raquel Professorinha,
Marco da educação.
Raquel Pereira de Andrade
Nasceu na fazenda Pintada.
Todos que a conheceram,
Sabem que era muito educada.
Passou a morar em Caetité,
Com sua tia Silvéria Maria Fagundes;
Aos quatro anos foi adotada.
Sobre sua história,
Eu ainda vou contar aqui.
Filha de Renato Pereira de Andrade
E Leonor Fagundes Cotrim.
Morava perto da Vila Gentio,
Hoje Ceraíma,
Município de Guanambi.
Menina muito ativa,
Inteligente e dedicada,
Um ano antes de se formar,
Para um estágio, foi convocada.
Na comunidade de Juazeiro, cidade de Caetité,
Na residência do Sr. Antônio Tintino,
Por dois meses ficou hospedada.
Raquel Professorinha,
Como era conhecida,
Ao saber da educação,
Dedicou sua vida.
Sendo nomeada pelo Estado,
Para trabalhar em Tanque Novo,
Onde foi muito querida.
Dois guarda-fios de Caetité,
E por sua tia Silvéria, foi acompanhada.
Chegando a Tanque Novo,
Ela foi bem tratada.
Logo nos primeiros dias,
Na casa do Sr Teotônio Marques da Silva,
Com imenso carinho, foi recepcionada.
VII
A primeira sala de aula,
Foi cedida por Dãozinho.
Matricularam trinta alunos,
Que pareciam seus irmãozinhos.
Na faixa etária de sete aos dezesseis anos.
No recreio, estava disposta a brincar,
Pois, eram todos novinhos.
VIII
Apesar de sua pouca idade,
Sabia como agir.
Aqueles que se rebelavam,
Estava disposta a punir.
Colocava-os de castigo;
Pois, tinha maturidade e coragem,
E uma missão a cumprir.
IX
O tempo passou.
Alunos do primeiro ao quinto ano,
Na mesma sala, foram integrados.
As matérias básicas eram por todos, estudadas.
Gramática, Aritmética,
História, Geografia e Ciências;
Ensinava também, artesanato e bordado.
X
Visitas periódicas de inspetores escolares,
Eram feitas nessa ocasião.
Chegavam de repente, sem qualquer aviso prévio,
Para, do ensino fazer, uma avaliação.
Ela não se preocupava,
Pois, contava com excelentes alunos;
Os quais, zelava com emoção.
XI
Raquel Pereira costumava passar suas férias,
Até mesmo os feriados,
Em Igaporã, antigo Bonito.
Ou melhor, um povoado.
No dia 7 de setembro de 1935,
Para morar com ela e sua tia Silvéria,
Seus primos foram convidados.
XII
Justiniano Pereira de Sousa
Atendeu o solicitado.
Tinha apenas quatro anos;
Foi criado e educado
Pela professora Raquel e tia Silvéria;
Que lhe deram muito carinho,
E pelas duas foi muito amado.
XIII
Alguns anos depois,
Em 1943, essa professora se casou
Com Arlindo Alves Carneiro;
Era comerciante e agricultor.
Dava-lhe apoio na escola.
Raquel Pereira Carneiro,
Assim a chamou.
XIV
Desse casamento, nasceram oito filhos:
As flores do jardim.
Sendo seis vivos;
Os outros dois tiveram fim.
Que com poucos meses de vida,
Vieram a falecer.
Os chamados: Zélia e Joaquim.
XV
Além de ser professora,
O catecismo ensinava.
Sobre os hinos religiosos,
A mocidade estava informada.
Na coroação de Nossa Senhora,
Seus alunos
Eram orientados.
XVI
Com o leilão da primeira noite de novena,
Em louvor ao Coração de Maria,
Por ser de boa índole,
Ela contribuía.
Costurar roupas, bordar enxovais de noivas,
Tocar bandolim e realizar trabalhos domésticos,
Nada em troca queria.
XVII
Por sua imensa capacidade,
De muitos momentos solenes participou.
O Posto dos Correios e a feira livre,
Foi ela quem os criou.
Com a ajuda do seu marido Arlindo,
Que escolheu terça-feira,
O dia em que a feira de Tanque Novo realizou.
XVIII
Foram 32 anos de magistério,
Porém, com saldo positivo.
Além da confiança,
Conquistou muitos amigos.
Pois, todos se tornaram pessoas importantes.
E agradeciam-na
Pelo sucesso garantido.
XIX
Sempre foi grata aos professores,
O futuro da nação.
Também, a algumas pessoas de Caetité,
Que colaboraram com sua educação.
Lugar de muitas riquezas,
Terra de Anísio Teixeira,
Berço da educação.
XX
Minha bela Caetité,
Princesinha do Sertão,
É um exemplo a toda nação.
Por ti bate forte o meu coração.
Fonte de muitos mistérios,
Salve o magistério,
A base de uma bela educação!
XXI
Caetité é o meu município,
Vargem do Anguá é o meu lugar.
Os professores são nossos amigos;
Sempre estão a nos ensinar.
Estou morando em Caetité,
Fazendo Normal Médio,
Para, em uma educadora, me transformar.
XXII
Termino este cordel, parabenizando o IEAT
Pelos alunos competentes.
A qualidade da educação
É muito surpreendente.
Inspirem-se em Raquel Professorinha;
Valorizem o magistério,
Os que virão futuramente.
Autoria de Ionali Almeida Silva
Aluna do 3º Normal Médio B
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