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15 de dez. de 2009

MISSA DE UM ANO DE FALECIMENTO DE DONA RAQUEL





No dia 24 de novembro de 2009, foi realizada a missa de um ano de falecimento de Dona Raquel.

Foi uma missa simples, com participação de parentes, amigos, alguns ex-alunos seus e dos grupos religiosos: Apostolado da Oração, Legião de Maria e Grupo de Oração de Tanque Novo.

Atendendo ao pedido de Maria Carneiro das Graças, o coral entoou cânticos antigos, despertando um saudosismo muito grande, nos fiéis ali presentes.

O padre Edson fez uma homilia muito bonita, baseado na biografia que está no blog e em informações de amigos, como se tivesse vivido aqueles áureos tempos, e que nós vamos reproduzi-la aqui, de forma resumida:

“Dona Raquel, além de ensinar as matérias básicas, ensinava as boas maneiras, as boas virtudes. ‘Bom dia’, ‘por favor’, ‘obrigado’ e ‘com licença’ são expressões que fazem a diferença no dia-a-dia. Ela ensinava isso para seus alunos, eles aprendiam e colocavam ou colocam em prática, até hoje. Além disso, era costume naquela época, rezar no início das aulas. Os limites da boa educação não têm fronteiras. São virtudes que não devem ser nunca esquecidas, principalmente o respeito e amor com o próximo.

Hoje, nós sabemos que a violência chegou às escolas: alunos agressivos uns com os outros, portando armas, furtando ou traficando drogas. O respeito que se tinha pelo professor não é mais o mesmo. Casos de agressões físicas, ameaças e humilhações a professores tornaram-se comuns, e são notícias em jornais nacionais e internacionais. Tornou-se corriqueiro ver um professor agredido e humilhado desistir da profissão.

São vários fatores que influenciam essa violência, principalmente a exclusão e a desigualdade social. Mas, a maneira arrogante como muitos professores conduzem as aulas, também tem influência decisiva.

Dona Raquel, além do conhecimento e da sabedoria, tinha paciência, humildade, carisma, amor e dedicação ao que fazia; e sabia impor o respeito. Por isso, mantinha um bom relacionamento com seus alunos.

Meus amigos: Dona Raquel, hoje, é parte integrante da história de Tanque Novo. Vamos procurar manter viva a lembrança dela e de seus bons ensinamentos. Eu sugiro até que seja celebrada missa a cada ano do seu falecimento. Enquanto estiver por aqui, estarei sempre à disposição, para celebrar essas missas...”


No final da celebração, Aparecido fez alguns agradecimentos e falou sobre o blog: “No início, nossa intenção era fazer algo estritamente familiar. Mas, como, na internet, não há fronteiras, o blog caiu na aceitação e recebemos comentários positivos de parentes e amigos que se encontram em vários pontos do Brasil, e até de pessoas que não conhecemos... Lá, vocês vão encontrar mensagens, poesias, vídeos, árvore genealógica da família Carneiro e muitas fotos. Apenas para ilustrar este momento, extraímos trechos interessantes de algumas mensagens:”

1-“Deus, com toda a sua sabedoria, escolheu uma jovenzinha, com apenas dezesseis anos de idade, mas, que tinha a maturidade de uma anciã; e enviou-nos para ser a nossa primeira mestra. Ela, com todo dinamismo, entusiasmo, paciência e humildade, desempenhou muito bem a missão que lhe fora confiada, abrindo os horizontes dos nossos primeiros conhecimentos e contribuindo bastante na formação moral, espiritual, social e cultural do nosso povo... A senhora foi uma força transformadora em nossa sociedade, representando, portanto, uma personagem importantíssima na nossa história; e que jamais será esquecida por algum filho tanquenovense que souber reconhecer os seus verdadeiros méritos...”

Juvêncio Carneiro Neto - Mensagem Pelos Setenta Anos de Magistério

2-“Raquel protegia a todos com suas virtudes; ensinava um modo de viver baseado nos princípios do amor e da fraternidade. Vivia a sua fé plenamente. Era o instrumento da palavra de Deus por onde passava. Não era difícil encontrar a paz, quando estava ao seu lado. Ensinava com a própria vida. Os seus exemplos eram como um livro que continha a sabedoria e o conhecimento que enobrece a pessoa humana...”

Geolinda Cayres - Bela Carta de Dona Geolinda Caires

3-Tunico cita o escritor João Guimarães Rosa: “Quem parte não morre; fica é encantado.”

Em outro trecho, diz: “Agora desfeita em luz, ela cintila como estrela, na imensidão do azul infindo, após ter cumprido sua gloriosa travessia como criatura verdadeiramente filha de Deus...”

Teotônio Marques Filho - Linda Mensagem de Teotônio Marques Filho

4-“Dona Raquel foi pioneira da educação, da simplicidade, da simpatia, da cordialidade, do rompimento de barreiras preconceituosas; enfim, um grande exemplo de ser humano correto e digno de ser seguido por todos nós.”

José Tadeu Carneiro Bonfim - Mensagens de Parentes e Amigos

Para finalizar, Aparecido disse:

“O blog, hoje, é um verdadeiro acervo cultural. Tanto é útil para professores, quanto para estudantes tanquenovenses; além disso, serve para parentes, amigos e ex-alunos de Dona Raquel matarem um pouquinho da saudade. Agora, um detalhe: se não receber visitas, torna-se ocioso. E, caso fique inativo, corre o risco de ser excluído da internet.

O nome Raquel Pereira Carneiro não é mais exclusividade de nossa família. Transformou-se em patrimônio público. E, como todo patrimônio, merece ser conservado e preservado. Portanto, visitem o blog!

Muito obrigado!”



Algumas fotos da missa:




1ª foto: Maria, Raquelinda, Eloísa e Aparecido
2ª foto: Telma, Maria, Eloísa, Pe. Edson, Raquelinda, Aparecido e Lília



1ª foto: Apostolado da Oração - da esquerda para a direita:
1ª fila: D. Loza (de calça vermelha), D. Edite, D. Neném, Aparecidinha e D. Maria
2ª fila: Santina, Maria de Anísio, Betinha, Iná de Tõe, Lete, D. Helena de Sinhô, Duda e D. Diola
3ª fila: Teresa de Paulo, D. Mucinha, Pe Edson, Lena e Clarice.
2ª foto: Legião de Maria: à esquerda, Arleide; e à direita, Odete com o Pe Edson



1ª foto: Professoras e funcionárias do Grupo Escolar Raquel Pereira:
da esquerda para a direita, na 1ª fila: Lena, Neuzalita, Elielza e Etatiane;
na 2ª fila: Ivani, Lília e Nice.
Detalhe: em cada camiseta, existe a inscrição: Inesquecível Professora Raquel
2ª foto, ladeando o Pe Edson: o casal - Santina e José Carlos Marques (sobrinho e ex-aluno da professora Raquel).

30 de nov. de 2009

PROFESSORA RAQUEL - TEMA DE ANTROPOLOGIA










UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS – CAMPUS VI – CAETITÉ

PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO ESTADO

COLEGIADO DE CIÊNCIAS


CURSO – BIOLOGIA


Disciplina: Antropologia

Nome do professor: Genílson Ferreira da Silva

Tema: A Influência da Professora Raquel no Município de Tanque Novo

Data da apresentação: março de 2009.

Breve resumo:

O trabalho apresentado não exigiu nenhum relatório escrito da equipe, por este motivo convidamos Eloísa para dar o seu depoimento oral, enquanto filha de dona Raquel. Para fundamentar o trabalho utilizamos um slide feito com fotos e dados retirados do blog. Buscamos retratar na apresentação, a influência da professora Raquel no município de Tanque Novo, enquanto pessoa, profissional, mulher e negra, que rompeu barreiras no que se refere ao tempo e espaço em que vivia.
Eloísa começou dizendo:

_ A escola era multisseriada – acumulavam, na mesma sala, alunos do 1º ao 5º ano primários.
_A professora Raquel Pereira exerceu algumas influências, junto à comunidade de Tanque Novo, como: a criação da feira livre e do Posto de Correios, que foram reivindicações suas.
_Ela também, incentivou a arte, resumindo ou dirigindo peças teatrais e recitativas; ensinando artesanato e bordados; costurando vestidos de noivas e fazendo arranjos com flores artificiais; enfim, fazendo a verdadeira inclusão social.
_ Inspirou aqueles que tinham queda para a música, ao tocar bandolim; isso gerou a formação da primeira banda filarmônica de Tanque Novo.
_Na parte religiosa, dava aulas de catecismo e ensinava hinos e cânticos religiosos; estimulava os jovens a participarem das celebrações religiosas, como por exemplo, treinando-os para a coroação da imagem de Nossa Senhora.
Quanto ao preconceito citado em “Ode aos Setenta” de Teotônio Marques Filho (Tunico), Eloísa falou que sua mãe, por ser negra, sofreu alguma discriminação. E expôs um caso, para ilustração: “A mãe e uma das irmãs de Arlindo Alves Carneiro (então noivo da professora Raquel), foram contra esse casamento. Mas, seus respectivos cônjuges souberam contornar a situação, e elas se tornaram amigas e comadres, posteriormente.”
Uma curiosidade extraordinária foi sobre os costumes dos enterros, naquela longínqua comunidade (antes mesmo da chegada dessa professora). Os “anjinhos” (crianças que tinham morte prematura) eram maquiados até com papel crepom, “a fim de ficarem bonitinhos e irem para o céu.” A professora Raquel, como era adolescente, assimilou esse costume e passou a ajudar nessas “maquiagens”.
Até hoje, os enterros chamam a atenção, em Tanque Novo: são servidas refeições e bebidas alcoólicas, nos velórios e, às vezes, salgadinhos e refrigerantes, além de chá, café e biscoitos.
Se a pessoa tiver sido importante para a comunidade, o povo desfila com o caixão do defunto, pelas principais ruas da cidade, com acompanhamento de carro de som, míni-trio ou banda filarmônica.
Além disso, as missas de corpo presente são demoradas (duram duas horas ou mais), com várias homenagens, coroas de flores e inúmeras mensagens, acrescidas de biografia, discursos e faixas. Os parentes do falecido têm o direito de escolher algumas canções populares que condizem com a história daquela pessoa.
Ao concluir, Eloísa disse que Tanque Novo, apesar de ser uma cidade pequena, possui quatro cemitérios: dois municipais e dois particulares _ um da família do Sr Jovino Alves de Oliveira e outro da família do Sr Umbelino Alves Carneiro.

VÍDEO APRESENTADO NA FACULDADE DE CAETITÉ


Este vídeo é baseado em fotos e dados extraídos do blog, como a redação de Caetano Veloso e o poema de Teotônio Marques Filho (Tunico) _ "Ode aos Setenta", tendo como fundo musical "A Professorinha" (Meus Tempos de Criança de Ataulfo Alves). Além disso, foi apresentado o áudio, na voz marcante do Sr Juvêncio Carneiro Neto, "Despedida à Professora Raquel".

Obs.: Como já existe, no blog, o vídeo "Exaltação e Despedida à Professora Raquel", achamos por bem, acrescentar a mensagem escrita:


Mensagem de Despedida á Professora Raquel

No dia 22 de maio de 1933, Tanque Novo se alegrava com a chegada de uma jovenzinha de apenas 16 anos de idade; que Deus, com toda a sua sabedoria, enviou-nos para ser a nossa primeira mestra. Hoje, 24 de novembro de 2008, Tanque Novo amanheceu muito triste: pois, perdemos a nossa mestra pioneira e a nossa tão querida professora Raquel Pereira Carneiro; que conosco conviveu por 75 anos, e que tanto contribuiu para a formação moral, espiritual, social e cultural do nosso povo.

É com grande pesar que hoje nos despedimos dessa ilustre cidadã, que por sua dedicação e amor a esta terra, se naturalizou tanquenovense, deixando-nos como legado os seus grandes ensinamentos e seu exemplo de amor à virtude e ao bem; os quais, jamais, serão esquecidos pelos seus ex-alunos, parentes e todos seus amigos.

Aqui fica o nosso reconhecimento e a nossa eterna gratidão. E que Deus, na sua infinita bondade, tenha sua alma, lá, no reino celeste.




27 de nov. de 2009

BIOGRAFIA DE JUSTINIANO


1ª foto: Justiniano com sua mãe adotiva - Raquel Pereira
2ª foto: Justiniano com sua esposa Maria Altina e a 1ª filha - Marilene





Biografia de Justiniano Pereira de Sousa

Justiniano Pereira de Sousa nasceu no dia 12 de dezembro de 1931, em Lagoa Funda – Igaporã, porém, foi registrado em Botuporã. Tinha orgulho de dizer que era tanquenovense de coração. Era filho legítimo de Messias Pereira de Sousa e Maria Pereira de Jesus. Teve oito irmãos consangüíneos: Ana Amélia, Ilidia, Raimundo, Pedro, Teresa, Mariano, Martinho e José.

Casou-se, religiosamente, no dia 17 de junho de 1954 com Maria Altina de Jesus, filha de Florentino Francisco Ferreira (Seu Fulô) e Dona Altina Rosa de Jesus. Foram testemunhas desse casamento religioso: Joaquim Alves Carneiro, Raquel Pereira Carneiro e Helena Afonso Carneiro (Dona Lala). O casamento civil aconteceu cinco anos depois, em 1959, na cidade de Tatuapé – São Paulo, e teve as seguintes testemunhas: Luís e Alvino José de Oliveira.

Desse matrimônio nasceram doze filhos, batizando-os todos com a letra M, inicial dos nomes: Marilene, Mariluce, Marleide (falecida), Messias, Mariano, Maurício, Marli, Marinalva, Marineide, Marcelo (falecido), Marcos Antônio e Marivaldo. Além disso, há dezesseis netos e três bisnetos.

Justiniano chegou a Tanque Novo em 1935, com quatro anos incompletos, acompanhado por seu primo Ivo Fagundes Cotrim (Capitão), filho de Artur e Guilhermina, montados a cavalo, a fim de fazer companhia à sua prima Rachel, que era professora e solteira. Capitão era pedreiro e fez algumas construções em Tanque Novo.

Justiniano foi criado pela sua prima e, também, pela sua tia Silvéria. No início, chamava sua prima Rachel de “Tia Quezinha”.

Seu primeiro amigo de infância foi Vavá (Osvaldo Marques da Silva), que lhe deu o primeiro brinquedo, produzido por ele mesmo: um carro de boi, em miniatura. Esse carrinho era de cano de milho, com as rodas de cacos de cabaça e os bois eram de sabugo.

Teve outros amigos, dentre os quais costumava citar os seguintes nomes: Juvêncio Carneiro Neto, Nélson Marques da Silva, Laudelino Marques da Silva (Nozinho), advogado mais tarde em Belo Horizonte, e ainda: Argesú, Zinho, Anísio, Pereira, Deca, Salatiel, Gérson Carneiro e Nenzinho.

Desde criança, gostava de cantar. Na mocidade, tocava violão, pandeiro, cantava e dançava. Cantava muito em representações de escolas, festas de casamento e aniversários.

Participou da Cavalhada Mourama de Tanque Novo, dramas e recitativos nos festejos de datas cívicas e religiosas. Gostava de passear de bicicleta ou a cavalo.

Freqüentou catecismo em Tanque Novo e em Caetité, onde fez novos amigos. Abelardo Lopes de Castro e Pedro Lopes de Castro (filhos de Seu Neném Coqueiro) eram seus companheiros preferidos, em Caetité.

Após o casamento de Rachel Pereira com Arlindo Alves Carneiro, Justiniano foi consagrado por Arlindo e passou a tratá-los da seguinte forma: Dindinha e Padrinho Doutor.

Fez o curso primário e depois trabalhou com seu padrinho, na agricultura.

O trabalho de agricultor, todavia, teve início na propriedade Pintado, do Sr Arquimimo Alves Carneiro. Este costumava lhe reservar uma parte do terreno, para plantio.

Na década de 40, participou da construção da barragem do açude de Tanque Novo e, também, da construção do campo de pouso de avião, executando tarefas auxiliares.

Trabalhou com seu padrinho Doutor, também, na farmácia. Vendia remédios, fazia curativos e aplicava injeções.

Aprendeu costurar com o Sr Jesus de Riacho de Santana. Todavia, seu verdadeiro mestre foi seu compadre e amigo João Francisco da Silva (João de Iraci).

Na década de 50, trabalhou como alfaiate no Junco (Maniaçu – distrito de Caetité), onde teve o apoio de Trasíbulo Frota e seus familiares; e também, na Boquira, contando com a ajuda de Deocleciano de Oliveira Marques (Deó) e sua esposa Carmerinda Carneiro Pimenta, filhos de Tanque Novo. Em São Paulo, especializou-se em confecção de ternos. Seu patrão, durante muito tempo foi Lourisvaldo Santos de Almeida (Louro), que era natural de Lençóis – Bahia. Voltou para Tanque Novo e criou a alfaiataria Tesoura do Norte.

Fez várias viagens a São Paulo, trabalhou em fábricas e chegou a fazer teste para ser cantor profissional, entretanto, não obteve êxito. Naquela época era muito difícil (hoje, é bem mais fácil). Todavia, teve o privilégio de fazer coro para algumas cantoras daquele tempo.

Na década de 60, chegou a participar da banda filarmônica de Tanque Novo.

No período de 1964 a 1990, cedeu seu quintal para a instalação de um pluviômetro, prestando serviços à SUDENE. Recebia gratificações periodicamente, mas, nada que significasse salário.

Foi locutor do serviço de alto-falante da Igreja Matriz de Tanque Novo, apresentando as Ave-Marias diariamente, às seis horas da tarde, e cantando a melodia da “Oração de São Francisco”.

Foi sapateiro, juiz de futebol amador (era corintiano doente), leiloeiro engraçado, durante as novenas de São Sebastião e também, de Coração de Maria, e participou muito das Festas de Reis. Na gestão do prefeito Élio Marques, foi funcionário da prefeitura, ocupando o cargo de fiscal municipal.

Tentou entrar no ramo da política, sendo candidato a vereador, mas, não teve sorte.

Seu forte, porém, era cantar e animar as campanhas políticas. Em 1970, interpretou uma marchinha feita pela sua mãe adotiva Raquel Pereira para a campanha vitoriosa do Sr Juvêncio Carneiro Neto. Essa marchinha parodiava o sucesso carnavalesco “A Lua é dos Namorados” e tinha um trecho que dizia assim: “E todos eles estão errados/ quem faz prefeito é o eleitorado./ Juvêncio, Juvêncio queremos te eleger;/ Juvêncio, Juvêncio, prefeito terás que ser...”

Nesse período, também, foi sócio e incentivador do Colégio Cenecista de Tanque Novo.

Já, em 1982, com uma composição sua, fez sucesso em outra campanha vitoriosa _ a de José Carlos Marques. Dessa vez, parodiando o Hino do Bahia, com o seguinte refrão: “Quem é o candidato da eleição? É José Carlos./ Quem é que carrega a multidão? É José Carlos./ Quem é que alegra os corações? É José Carlos./ Vamos votar em José, eleito sim, se Deus quiser.”

Depois da eleição de José Carlos Marques, Justiniano passou a ser o locutor oficial do carro de som e dos palanques políticos.

Com a melodia “A Praça” de Ronnie Von, ele fez a paródia em prol da inauguração do BANEB (Banco do Estado da Bahia), em Tanque Novo. Contudo, seu destaque maior foi ter composto o hino oficial de Tanque Novo, que está na Lei Orgânica do Município. É uma letra simples, mas, que demonstra todo seu amor e toda sua paixão por Tanque Novo.

Em 26 de dezembro de 1993, sofreu um derrame cerebral que lhe deixou paralisado o lado esquerdo do corpo. Isso, entretanto não fez com que ele perdesse o amor pela vida. Pelo contrário, ficou mais solidário. Mesmo andando em cadeira de rodas, marcava presença nas missas, casamentos, ou velórios de amigos e conhecidos. Além disso, sempre passeava pelas ruas da cidade, cumprimentando todo mundo e apreciando o progresso do lugar.

Vale ressaltar, que sua primeira cadeira de rodas foi José Carlos Marques quem conseguiu, através do deputado Gedel Vieira. Essa cadeira comum necessitava sempre de um menino para guiá-lo pelas ruas. Depois, por intermédio do empresário Edvaldo Lopes Carneiro (Didi de Seu Celso), obteve uma cadeira motorizada que facilitava bastante, seus passeios pela cidade, andando sozinho.

Foi nesse período de martírio, que recebeu o título de “Cidadão Tanquenovense.”

Justiniano Pereira de Sousa faleceu no dia 10 de novembro de 2009. Foi um homem simples, cordial, batalhador, inteligente e vencedor. Soube criar uma família numerosa e, ainda por cima, deixou seu nome cravado na história de Tanque Novo.


Casa de Justiniano

Obs.: No momento desta foto, Justiniano estava em sua cadeira de rodas, atrás do poste.
Detalhe curioso: Esta foto foi tirada por Lucas (filho de Seu Deca), um dia antes do falecimento de Justiniano.


Pontos separados:

No dia do sepultamento de Justiniano, na missa de corpo presente, Aparecido fez a leitura de sua biografia; porém, iniciou com as seguintes expressões:

“Mãe! Foi o homem do carrinho quem fez o hino de Tanque Novo”.

Esta expressão, nós ouvimos no velório de Justiniano. Isto fez com que refletíssemos: muitas crianças e jovens imaginavam que ele tivesse nascido tetraplégico. Não sabiam que antes daquela pessoa franzina, fraca, quase indefesa, tivesse existido um homem forte, valente, temente a Deus e que tinha um vozeirão para cantar...

E concluiu com estas palavras:


Alguns trechos de suas canções preferidas condizem com este momento:

_ “Os anjinhos do céu, nesta hora, desceram à terra também;” cantando parabéns pra você, porque você voltou para o além...

_ “Lembranças, por que não foges de mim? Me ajude a arrancar do peito esta dor...”

_ “Saudade, palavra triste, quando se perde um grande amor...”

_ “Oi, leva eu, minha saudade!”

E o mais interessante, é que faleceu faltando apenas duas semanas para completar um ano de falecimento de sua querida Dindinha (Professora Raquel).

Antes de adoecer, sempre, no “Dia das Mães”, gostava de cantar uma canção de Agnaldo Timóteo, que diz tudo neste momento: “Mamãe, estou tão feliz, porque voltei pra você!”

A sua bênção, Dim! Vá em paz! Vá com Deus!



Justiniano em sua cadeira de rodas motorizada




Dim:

Para nós, você foi mais do que um irmão: foi um segundo pai. Por isso, nós o reverenciávamos, tomando a sua bênção.

“Morrer não é difícil; o difícil é a vida e o seu ofício.”

Apesar de todo seu sofrimento, você deixou sua marca na história de Tanque Novo.

Jesus disse: “Eu sou o caminho vivo e verdadeiro.” Portanto, vá em paz, com a consciência tranqüila do dever cumprido.

“Bondoso Deus, quanta alegria eu descobri na minha vida!

Caminhar contigo é sempre festa, é ver na noite a luz do dia.”

(Mensagem dos familiares de Arlindo Alves Carneiro e Raquel Pereira Carneiro)

“Deficiente é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive sem ter consciência de que é dono do seu destino.”

(Mário Quintana)





Veja o videoclipe do Hino de Tanque Novo _ clique abaixo:

Videoclipe do Hino












31 de out. de 2009

FOTOS INTERESSANTES DE TANQUE NOVO - 2ª EDIÇÃO




Casa do nosso bisavô Juvêncio Alves Carneiro, no Alecrim.
Obs.: Desenho de Fábio Magalhães.





Casinha Branca

Sérgio Reis

Fiz uma casinha branca

Lá no pé da serra
Prá nós dois morar
Fica perto da barranca
Do Rio Paraná
O lugar é uma beleza
Eu tenho certeza
Você vai gostar
Fiz uma capela
Bem do lado da janela
Prá nós dois rezar

Quando for dia de festa
Você veste o seu vestido de algodão
Quebro meu chapéu na testa
Para arrematar as coisas do leilão
Satisfeito eu vou levar
Você de braço dado
Atrás da procissão
Vou com meu terno riscado
Uma flor do lado e meu chapéu na mão
Vou com meu terno riscado
Uma flor do lado e meu chapéu na mão.




1ª foto: Igreja Matriz de Tanque Novo.
2ª foto: Capela de Nossa Senhora Aparecida, no bairro Tijuca. Esta é uma ligeira réplica da Igreja Matriz.





1ª foto: Capela de São João, no bairro Alto dos Coqueiros.
2ª foto: Capela de São Sebastião, no bairro dos Pimentas.




1ª foto:Casa do tio Teotônio Marques, que foi demolida.

2ª foto:Casa de Seu Juvêncio de Dona Celsina, no Alecrim. Esta casa ainda é preservada.
Obs.: São dois trabalhos de Fábio Magalhães (desenhos).


1ª foto:Desfile cívico, na Praça da Igreja - anos 80
2ª foto: O mesmo desfile, contornando a praça. Detalhe: a primeira casa, à direita, é do tio Amândio (+ 2008); e a segunda (da direita para a esquerda), é de Seu Jetro Magalhães (já falecido). Esta casa foi reconstruída no mesmo local da 1ª casa de Tanque Novo - a casa do nosso bisavô, Prudenciano Alves Carneiro.



1ª foto: Procissão, anos 60. Festeiros: Josué e Helena, com o estandarte de Coração de Maria; anjinhos: Fátima de Seu Hermínio e Celene de Josué. Seminarista, com batina preta: Isnar. Detalhe curioso: A existência do coqueiro, em frente à casa de Seu Odílio.

2ª foto:Procissão, anos 60, com índios e anjinhos, na pracinha, em frente à casa de Salatiel. À esquerda, de terno, reconhecemos Seu Moisés Marques.
Obs.: João Basílio marca presença, nas duas fotos, com sua tuba.




1ª foto: Procissão, final dos anos 60. À frente do andor de Coração de Jesus: Durvalão e tio Prudenciano. Ao lado do tio Prudenciano, a presença de Acendino. E, atrás de Durvalão, podemos

reconhecer a silhueta de tio Arquimimo.

Detalhe: Os postes eram de madeira, havia o cruzeiro e, também, o umbuzeiro, em frente à casa de Seu Ziquinha. A primeira casa, à esquerda, é dos familiares de Arlindo e Raquel; e, a outra, à direita, é de Seu Deca.

2ª foto: A mesma região, atualmente.




1ª foto: Procissão vista da torre da igreja - final dos anos 80. As casas, à esquerda, no sentido contrário da procissão: farmácia de Seu Arlindo, casas de Petrônio, casa de Seu Zeca Magalhães, casa de Seu Ziquinha e a casinha de Seu Ovídio e Dona Maria (com um corcel branco, em frente).

Do lado direito, vemos parte da casa de Seu Deca e, mais atrás, a casa de Nô de Arlinda, onde era a casa de Salatiel.
2ª foto:Não é o mesmo ângulo, mas tem um detalhe curioso ( o ângulo seria o mesmo da foto anterior): a casa frontal é de Adélio Lopes Carneiro (filho de Seu Ziquinha). Ela foi construída no mesmo local da casinha de seus avós maternos (Seu Ovído e Dona Maria). Essa casa, antes, tivera um morador ilustre: o nosso tataravô José Joaquim Carneiro (pai dos fundadores de Tanque Novo - Prudenciano Alves Carneiro e Juvêncio Alves Carneiro), que passara os últimos dias de vida, naquela casinha. As outras duas edificações, à esquerda, são: o fundo do fórum e o salão paroquial.





1ª foto: João Basílio com sua tuba - anos 60. A quarta casa, à esquerda, era de Seu Ângelo Marques.

2ª foto: a mesma localização, atualmente, sem a casa de Seu Ângelo.




1ª foto:Procissão na esquina da Praça Marques ( a referência era a casa de Seu Ângelo Marques, no lado oposto). Nesta foto, reconhecemos: Alzira, Zenaide, Dori, Lice de Dé, Lita e Bel de Seu Jovino.
2ª foto: O mesmo ângulo atual.




1ª foto:Início de 1970 - momentos preparativos para a missa da inauguração do Ginásio Cenecista de Tanque Novo. Podemos reconhecer as seguintes pessoas: ao centro, à esquerda do bispo Dom Silvério: Cêzinha e Monsenhor Osvaldo de Caetité; logo atrás do bispo, João Basílio com a sua tuba; à direita do bispo: Dona Nazinha, Seu Juvêncio, Seu João de Dona Celina e tio Arquimimo segurando o estandarte de Coração de Jesus. Salta uma pessoa, vemos Ilvete de terno (foi um dos primeiros professores do ginásio). Um pouco mais atrás, tio Celso; entre a casa de Seu Juvêncio e a casa paroquial, na última fila, Luís Magalhães e Seu Ziquinha.


Detalhe: Ao fundo, vemos parte da casa de tia Amélia e a casa de tia Francisca.

2ª foto: Mais ou menos, no mesmo ângulo - Fórum Juvêncio Carneiro Neto e a casa de Elson Neves (atual prefeito).







1ª foto: Procissão passsando ao lado da casa de Seu Juvêncio de Dona Celsina.
2ª foto: Vista da mesma travessa, hoje.





1ª foto: Carreata na Praça Marques - anos 80

2ª foto: A mesma praça e o mesmo ângulo, na atualidade






1ª foto:Procissão, na travessa da casa de Zinho Marques. Em destaque: Enílton Ferreira, filho de Seu Otávio.
Obs.: Enílton foi vice-prefeito em dois mandatos; e foi candidato a prefeito em 2004. Faleceu em São Paulo, no ano de 2005, vítima de um câncer.
2ª foto: A mesma travessa, hoje. Não se vê mais a casa de Zinho (apenas um muro); na direção frontal, a casa de Edílton Batista. À esquerda, a lembrança da casa que foi de Seu Moisés Marques.






1ª foto: Procissão passando pela esquina do bar de Umbelino de Ursulina - anos 80. A edificação amarela era a sede da Socimil, "Firma dos Marques", constituída pelos irmãos: José Carlos, Florisvaldo e Élio.

2ª foto: Vista atual da mesma esquina






1ª foto: Procissão seguindo pela Av. Princesa Isabel - anos 80. A casa, vista de frente, era a residência e, também, a sede da primeira firma estabelecida pelo empresário João Neves (Juca): Casa São Paulo.

2ª foto: Vista da mesma avenida, atualmente. A casa da esquina sofreu reformas, mas, continua sendo a residência de Juca.






1ª foto: Praça do Mercado - anos 60. Podemos ver a metade da casa de João de Iracy (primeira, à esquerda).
2ª foto: Praça do Mercado atual - mesmo ângulo (2009). A casa de João de Iracy está na direção da árvore mais frondosa.
Obs.: Em 2010, as árvores foram cortadas e o mercado foi demolido, pela prefeitura.





1ª foto: Andor de Coração de Jesus sendo transportado pelos senhores: Durvalão, Israel e Juvêncio de Celsina. Ao fundo, podemos ver a casa do tio Teotônio.

2ª foto: A mesma praça, vista do mesmo ângulo, sem a casa do tio Teotônio.


1ª foto:Casas de Vavá Marques e do tio Azarias
2ª foto: No mesmo ângulo, casas de Seu Gérson Batista (sentado no banco), de Dudu (filho do tio Amândio) e a terceira (azul), de Raquelinda.




1ª foto: Cabana Tonga da Mironga (local de festas)
2ª foto: No mesmo lugar, biblioteca pública



1ª foto: Casas de Argesú, de tio Arquimimo e de tia Amélia

2ª foto: No mesmo local, um muro e uma loja



1ª foto: Casas de tio Amândio e de Seu Otávio Ferreira; e o fundo da igreja velha
2ª foto: As mesmas casas, já reformadas - a casa do tio Amândio, na direção do estandarte de Coração de Jesus; e a casa de Seu Otávio, com uma Rural, em frente. Nesta foto, podemos reconhecer: Luís Magalhães, à frente; Seu Hermínio(foi leiloeiro e delegado), logo atrás, com a fita de Coração de Jesus; mais à direita, seu Raul, com a mão no queixo; no meio, na direção da Rural , o bispo Dom Eliseu; e, à esquerda, Joaquim Cardoso, conhecido como Joaquinzinho de Açúcar (também foi delegado de Tanque Novo).



1ª e 2ª fotos: O açude de Tanque Novo visto da barragem e em direção à barragem



1ª foto: O Barracão
2ª foto: Prédio de Émerson (Fafinha), no local onde era o Barracão



1ª foto: Procissão de São Sebastião - Tião de Ziquinha, com o estandarte, era o procurador. À frente da procissão, Cezinha e Dilva com anjinhos.
2ª foto: O mesmo ângulo, com um prédio em construção, no lugar da casa de "Seu" João Carneiro e Dona Arlinda.



1ª e 2ª fotos: Feira livre de Tanque Novo ( dois ângulos frontais, em relação ao mercado).
Obs.: É considerada uma das melhores feiras da região.


Fotos da nova Praça da Matriz (em construção)

P/S. Veja a outra página: Fotos Interessantes de Tanque Novo