20 de jan. de 2009
ACRÓSTICO - MINHA FLOR RAQUEL
Mãe, quando seus olhos para o céu levanta,
Inundados de mística doçura,
Nem parece mulher - parece santa!
Harmonizando com a celeste e ingênua formosura,
Até sua alma se decanta.
Foi Deus que fez você assim:
Luz de Tanque Novo, primeira professora.
Obrigado pela paz sem fim;
Real saber da educação duradoura.
Rainha do lar, também eleita.
Amorosa, carinhosa e conselheira.
Quanta bondade lhe deleita!
Uma incansável trabalhadeira,
Em busca de orações, sempre deita,
Lavando mágoas de uma vida inteira...
Aparecido Carneiro Pereira
(1985)
MENSAGEM PELOS SETENTA ANOS DE MAGISTÉRIO
Há setenta anos, aqui, vivia um povo muito simples e ainda nas trevas do saber. E Deus, com toda a sua sabedoria, escolheu uma jovenzinha, com apenas 16 anos de idade, mas que tinha a maturidade de uma anciã, enviou-nos para ser a nossa primeira mestra. E ela, com todo dinamismo, entusiasmo, paciência e humildade, desempenhou muito bem a missão que lhe fora confiada, abrindo os horizontes dos nossos primeiros conhecimentos e contribuindo bastante na formação moral, espiritual, social e cultural do nosso povo.
Portanto, querida mestra, temos muito a lhe agradecer. E, aproveitando esta data que representa um marco na história dessa gente, estamos prestando-lhe esta singela homenagem em prova do nosso reconhecimento, consideração, gratidão e do carinho especial que todos nós tanquenovenses temos pela senhora.
Sabemos que foram grandes os sofrimentos, as dificuldades, os desafios, enfrentados a cada dia, mas, é gratificante ver os objetivos alcançados na graça de ter colaborado tanto em favor do seu próximo.
Tenha certeza de que a senhora foi uma força transformadora em nossa sociedade, representando, portanto, uma personagem importantíssima na nossa história e que jamais será esquecida por algum filho tanquenovense que souber reconhecer os seus verdadeiros méritos. Aqui fica a nossa eterna gratidão.
Juvêncio Carneiro Neto e todo povo tanquenovense.
Tanque Novo, 24 de maio de 2003.
19 de jan. de 2009
HOMENAGENS PELOS SETENTA ANOS DE MAGISTÉRIO
(Imagem extraída de vídeo)
Raiz que sustentou o avanço da nossa educação.
Profª Raquel, mestra pioneira homenageamo-lhe pelos 70 anos de sua chegada à nossa Tanque Novo. Os Educadores.
- Observação: Esta faixa foi colocada em frente à casa de Raquel Pereira no dia 22 de maio de 2003.
ODE AOS SETENTA
Tunico e a "Tia Afessora"
Ode aos Setenta
Tenta-se, tenta-se – se tenta...
mas poucos chegam aos setenta;
setenta anos não de vida,
mas de lutas e labutas,
no magistério de ensinar,
lapidando pedras rudes...
Arrebatada por um certo “doutor” Arlindo,
da família dos Alves Carneiros de Tanque Novo,
foi em meio à revolução de trinta,
que aportou, na terra dos Carneiros,
a pérola negra de Caetité!
Tempos difíceis aqueles de antanho,
com seus preconceitos de cara e cor:
memórias do bom compadre Teotônio,
que aplacou a ira raivosa dos alvos Carneiros do lugar.
Pela correnteza das águas claras,
gerações de pupilos e sobrinhos
lapidados pelas primeiras letras
da bondosa “Tia Afessora”.
No limiar dos anos sessenta,
se senta, nos bancos da escolinha,
um menino tímido que não aprendia a ler.
Um dia, o estalo de fagulha,
que impulsiona e dá partida:
“Compadre Teotônio, este lugar é pequeno para seus meninos!”
(Foi então que o menino partiu,
em busca de um belo horizonte e sumiu,
engolido pelo arco- íris da cidade grande...)
Agora, ao completar setenta anos,
justa é a homenagem que lhe prestam,
que também faço minha:
dos tempos idos e jazidos,
entranhada no peito, fica
a saudade terna do doce lar distante.
Do seu sobrinho e ex-aluno:
Teotônio Marques Filho
(Tunico)
ACRÓSTICO - ARLINDO E RAQUEL
Atmosfera bela, papai,
Revela seu nome;
Lindas nuvens de algodão
Invocam seus cabelos brancos.
Nunca negou sacrifícios,
Dedicação e amor por seus filhos.
Orgulho nosso pelos seus modos francos.
E
Rúbea flor é a mamãe,
Aquela rosa aberta ao vento – “ar lindo”
Que sempre nos deu educação e carinho.
Unidos neste cinqüentenário de casamento,
Erguemos nossas preces a Deus, agradecendo:
Lição de vida é a que vivemos neste evento!
Aparecido Carneiro Pereira
(Bodas de ouro de seus pais – 1993)
18 de jan. de 2009
FOTOS INTERESSANTES DE TANQUE NOVO
(Paulo Sérgio)
Quanta saudade sinto da nossa casinha,
2ª foto: Festa de Nossa Senhora Aparecida
Desenho da 1ª Feira(Fábio Magalhães), em frente à casa do tio Teotônio Marques. Observação: o tio Teotônio era concunhado e compadre de Raquel. Além de ter sido comerciante, foi também um dos inspetores escolares.
1ª foto: 2º Mercado Público
2ª foto: Praça da Feira com o 3º mercado que, também, foi demolido em 2010.
Na 1ª foto, da esquerda para a direita: Alice de Brandina, Arlindo, Mariano (irmão de Justiniano), Raquel, Moisésinho, tio Celso, Sr João de Celina, tio Luís e Sr Ziquinha (1969). Detalhe: Arlindo e seus irmãos Celso e Luís estavam de luto. Havia falecido o pai deles - nosso vovô
14 de jan. de 2009
MENSAGEM DE SUA NETA RAQUEL MARAÍSA
13 de jan. de 2009
BELA CARTA DE DONA GEOLINDA CAIRES
Raquel protegia a todos com suas virtudes, ensinava um modo de viver baseado nos princípios do amor e da fraternidade. Vivia a sua fé plenamente. Era o instrumento da palavra de Deus por onde passava. Não era difícil encontrar a paz, quando estava ao seu lado. Ensinava com a própria vida. Os seus exemplos eram como um livro que continha a sabedoria e o conhecimento que enobrece a pessoa humana.
Que saudades sinto da minha amiga Raquel! Sua prosa agradável, um semblante sereno, um caminhar tranquilo, dona de uma bondade sem igual. Trazia em seu ser a inocência de uma criança e a sua alegria refletia em todos que dela se aproximassem.
Como me orgulho de um dia ter conhecido essa professora tão dedicada! A nossa compreensão não quer entender essa morte. Às vezes, sentimo-nos enfraquecidos diante da morte. E a pergunta insiste, insiste...E sai pelos nossos lábios: Por que morreu uma pessoa tão amável? Por que o nosso coração está tão triste? Não consigo aceitar tamanha perca.
A oração é que nos fortalece e a compreensão está em Deus, minhas amigas e meus amigos. O nosso conforto é saber que há uma nova vida em Deus. Raquel era um anjo e viverá eternamente ao lado do Pai.
Alegramo-nos sempre no Senhor, pela oportunidade de conviver com uma admirável filha de Deus. Raquel viverá em nossas lembranças e o seu carinho espalhado enquanto vivia nesta terra, não será extinto, pois o seu exemplo nos fez pessoas melhores.
Ela só morrerá nos corações, caso esqueçam aqueles ensinamentos de mãe dedicados a vocês, ao longo dos dias. Há um pastor que não abandona o rebanho. Vocês são parte desse rebanho; não temam. O Senhor está com vocês! Quando estiverem tristes, lembrem-se do versículo I do salmo 23: “Javé é o meu pastor, nada me falta”. E sintam o Senhor com vocês.
Deus não esquece nenhum dos seus filhos. Acompanha, protege e guia para o bem. Que vocês tenham sabedoria, sensibilidade e amor para sentir a presença desse Pai tão bom e misericordioso em suas vidas.
Um abraço amigo e fraterno.
Geolinda de Alcântara Caires Carneiro
(“Jolinda”de João)
Guanambi, janeiro de 2009.
11 de jan. de 2009
ALGUMAS FOTOS DE CAETITÉ E ALGUNS PADRES
Nesta foto, o padre Benvindo Silveira Pereira, que foi o primeiro a ser ordenado, em Caetité, por Dom Manoel Raimundo de Melo, em 1915. Era natural do distrito de Caldeiras e foi vigário de Paramirim, durante toda a sua vida.
Veja, neste blog, outras páginas sobre Caetité. Clique nos links abaixo:
Fotos, Legendas e Bispos de Caetité
Escola Normal de Caetité
Colegas e Professores de Rachel/1932
Leia, abaixo, um texto saudosista sobre Caetité, cedido gentilmente, pela nossa amiga Luzmar Oliveira:
Dia de sábado, ranger dos carros de bois com suas rodas de madeira com chapas de metal, cavalos, jumentos com bruacas, enfim, um desfile singular pelas ruas de Caetité!
Engraçado é que ali ficava o cocô desses animais o que deixava o calçamento salpicado e o cheiro forte. Tão forte que chego a sentí-lo tantos anos depois, como se fosse aqui e agora.
Os carros de bois vinham carregados de lenha e de produtos da roça, como rapaduras, verduras, frutas, farinha, galinhas vivas e até leitoas! Seu destino era a feira.
Ninguém se queixava da sujeira que deixavam. E, na segunda, vinham os garis varrerem as ruas e calçadas. Não eram como hoje, bem me lembro. Eram pessoas humildes, com roupas comuns e, por vezes, usavam vassouras de palha de coqueiro. E faziam o serviço tão bem feito que dava prazer!
De tempos em tempos Sá Rosa e Caboclo eram contratados pela prefeitura para esse trabalho... Depois, quando recebiam o pagamento, já desciam a Dois de Julho completamente bêbados e cantando! Engraçado como, apesar da demência provocada pelo alcoolismo, nunca se separavam e demonstravam, naquela loucura, um amor verdadeiro! Ficaram na nossa memória e fazem parte da história de Caetité. Lembro-me que Caboclo era artesão e fazia lindas cestas e fruteiras de arame. E ambos eram criaturas agradáveis e queridas na cidade. Quando não bebiam, eram trabalhadores e cidadãos comuns.
Ah! Caetité! Quantas histórias temos para contar dos nossos dias ai!
Quantas lembranças embalam nossa vida, nos reportando aos anos dourados em que suas ruas eram nosso passeio diário! Quando bastava sair na janela e já encontrávamos um amigo. E que nossas noites eram divertidas e sem nenhum perigo, sem vícios, sem inconsequências.
Naquele tempo, católicos que éramos, gostávamos de beijar o anel do bispo, de ganhar santinhos de Padre Osvaldo (hoje Monsenhor), de seguir as procissões e usar a roupa de anjos...
Hoje já não somos jovens e nem conhecemos tanto a nossa terrinha amada. Ela cresceu, se multiplicou, subiu as serras e ganhou os vales. Casas e mais casas construídas enfeitando ruas e espalhando jardins. Praças. Casas comerciais. Mercados. Escolas. Ginásios. Avenidas e Alamedas... Pessoas de longe ocuparam o nosso espaço e nossos mais velhos se foram.
Ainda há jabuticabas, coquinhos, aipim com carne do sol, melaço e rapadura, umbus... Mas não há nós todos juntos, aqueles que convivemos naquele momento de crescer...
Ainda há amor por ti, terra amada, muito amor em nossos corações! As lembranças que trazemos dos nossos dias ai serão eternas e sempre nos acariciarão a alma e nortearão nossa vida! Nós te lembramos e acariciamos essa lembrança como quem acalenta um filho ou uma velha mãe! Guardamos tuas fotos e as olhamos com carinho e ternura numa sede de retroagir no tempo e reviver as horas de alegria pura que nos deste!
Obrigada terra amada, terra mãe, “doce terra entre as serras”, obrigada por haver-nos recebido em teu seio e nos haver emprestado o orgulho da naturalidade caetiteense. Envergamos esse título com garra e amor! Jamais declinaremos dele e sempre espalharemos, por onde andarmos, o teu nome doce e suave, Caetité! Distantes ou próximos não importa, pois o amor que te dedicamos é grande demais para reconhecer distâncias, oceanos, desertos, ares ou mares! Estás e estarás sempre e para sempre dentro do nosso coração!
Somos caetiteenses e disso nos orgulhamos!
É mágico nascer em Caetité! É divino ser de Caetité!
Luzmar Oliveira
13jan13.