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10 de dez. de 2008

COLEGAS E PROFESSORES DE RACHEL / 1932


   








Colegas e professores de Rachel Pereira de Andrade


(Clique na foto para ampliá-la)
Obs.: Rachel é a primeira da esquerda.


1- Agnalda P. de Castro 2- Alodilia da S. Ivo 3- Annisio Elysio Silva 4- Aurora B. Azevedo 5- Bernadina Gomes 6- Dalva M. S. Lima 7- Dulce Vianna 8- Edith F. de Castro 9- Eunice Lopes 10- Floriano Tanajura Meira 11- Gilberto da Sila Ivo 12- Guiomar Trindade 13- Herminia Q. Matos 14- Hyeront B. Neves 15- Ianie Oliveira 16- Isaltina S. Souza 17- Ithamar P. de Castro 18- Lidia C. da Silva 19- Maria Sofia Fernandes 20- Maria Froés de Castro 21- Maria das Dores Costa 22- Mário dos Santos Padre 23- Nunilla da S. Ivo 24- Olver Fagundes Vieira 25- Oscar Q. Matos 26- Ovidio S. Souza 27- Nice P. da Silva 28- Waldick C. P. Montenegro


Raquel, quem a definiu melhor foi seu aluno Teotônio Marques Filho (Tunico):

"A Pérola Negra de Caetité".

Professores que estão na foto acima:

José F. Junqueira Ayres, Alfredo José da Silva e Antônio Meireles


Veja, abaixo, algumas biografias de ex-professores de Rachel, na Escola Normal de Caetité:


Foto autografada e presenteada a Raquel, pelo Professor Alfredo, duas semanas antes da primeira viagem dela para Tanque Novo.


Biografia do Professor Alfredo José da Silva


Alfredo José da Silva era natural de Santo Amaro da Purificação (então Nossa Senhora da Ajuda do Bom Jardim) e nasceu em 20 de abril de 1887. Negro e de origem humilde, adquiriu a formação na área de Letras. Estudou, inicialmente, em escola particular, em Engenho América, Freguesia da Igreja Nova, município de Alagoinhas. Depois, em escola pública estadual, do sexo masculino, da Freguesia de Santana do Lustosa, município de Santo Amaro. Sempre foi aluno destacado.
Exerceu o magistério na região de Lavras Diamantinas. Em seguida, Livramento, outros lugares e, finalmente, Caetité. Foi nomeado através do decreto de 10 de março de 1926, lente catedrático interino de língua portuguesa da Escola Normal de Caetité. E, através do decreto de 19 de março de 1930, foi nomeado diretor, também, dessa Escola, exercendo esse cargo até 12 de novembro de 1935, quando foi exonerado a pedido.
O professor Alfredo foi, também, diretor do Instituto de Educação Anísio Teixeira (IEAT). Chegou a ser prefeito (intendente) da cidade, por dois anos (1947 e 1948).
Era um homem de temperamento fechado, exigente quanto à família, mas um cidadão honesto e responsável, quer como diretor da Escola Normal por duas vezes, ou como Prefeito Municipal, ou, ainda, como professor de Português e Literatura Brasileira do curso normal, dispensando aos seus alunos tratamento justo e correto. Um pai de família exemplar e um amigo leal. Tinha uma deferência especial pelos alunos de cor, como ele próprio, sem que houvesse nisto, prejuízo para os outros colegas.
Foi um intelectual de primeira, que organizou uma biblioteca volumosa, particular, rica e eclética, à qual dedicava todo o seu tempo lendo e zelando.
Era, também, de religiosidade católica.
Notabilizou-se, em Caetité, pelo seu alto grau de intelectualidade e pelo seu legado de grande valor à comunidade caetiteense, representado pela sua biblioteca, com exemplares que variavam dos manuais de ensino das letras às revistas de circulação nacional.
O professor Alfredo faleceu em Caetité, no ano de 1985.



Professora Carmen Spínola Teixeira



Biografia da Professora Carmen Spínola Teixeira


Carmen Spínola Teixeira nasceu em Caetité-Ba, em 19 de março de 1909. Era irmã de Anísio Teixeira.
Foi professora catedrática efetiva da Escola Normal de Caetité, primeira Escola Normal do sertão baiano. Psicóloga e pedagoga, suas experiências expressaram a filosofia anisiana implantada entre 1950/1974, período que dirigiu o Centro Educacional Carneiro Ribeiro.
Seus estudos primários, secundários, complementares e especialização definiram sua trajetória profissional na história sociocultural iniciada em sua terra natal, Caetité, sertão baiano. Estudou com sua tia Priscila de Sousa Spínola, no Colégio Nossa Senhora de Lourdes e, depois, num colégio de freiras, de onde se registra sua deferência por madre Maria do Rosário, no Cenáculo, com quem se correspondia.
Apesar de sua religiosidade, Carmen teve um olhar mais amplo, refletindo filosoficamente, no ensino das ‘Sciencias da Educação’, disciplina composta de várias matérias, que ensinou por muito tempo, em Caetité.
Já, em Salvador, ensinou, coordenou e dirigiu diversos segmentos da vida privada e pública. Travou conhecimentos com muitos políticos e dirigentes, principalmente, na época em que seu irmão, Anísio Teixeira, foi Secretário de Educação e Saúde, no governo de Otávio Mangabeira. Participou de comissões e da implantação de trabalhos orientados por Anísio Teixeira, a exemplo de um da UNESCO, de Charles Wagley, de extensa pesquisa de campo, no nordeste, nas áreas socioeconômicas e educacionais, na década de 1940, a nível estadual e nacional da sua equipe, nos Estados Unidos.
Com a sua autenticidade e modéstia, ela acreditou neste centro popular de educação, visando garantir a educação básica para todos, em tempo integral, sem currículo padronizado, com professores qualificados para desenvolvimento de atividades diferenciadas. Esta experiência projetou o Centro em nível de Brasil, exportando know-how para Estados Unidos, Inglaterra e França. Desafiou regras impostas pelo regime, em benefício do Centro; e sabia dizer ‘não’ em ocasiões difíceis, como marco de sua personalidade forte e combativa.
Carmen Spínola Teixeira faleceu em Salvador-Ba, em 14 de maio de 2002.



Professora Helena Lima Santos


Biografia de Helena Lima Santos


Helena Lima Santos nasceu em Livramento do Brumado, atual Livramento de Nossa Senhora, Bahia, em 23 de agosto de 1904. Filha de Manuel Pedro de Lima e de Leonídia Maria de Lima, era irmã de Hermes Lima, primeiro ministro do Brasil.
Concluiu o magistério, em Salvador, Bahia, no Educandário Sagrado Coração, no ano de 1925. Chegou a Caetité, em 1926, a convite do Dr. Anísio Teixeira, para integrar o corpo docente da Escola Normal que, naquele ano, estava sendo reativada. Assumiu a disciplina de Geografia Geral e do Brasil, cadeira na qual foi titular e catedrática.
Casou-se, em 1936, com o telegrafista José Sátiro dos Santos, com quem teve dois filhos: Roberto Lima Santos e Maurício Lima Santos.
Além de ter sido professora, foi Diretora Geral da Escola Normal de Caetité, no período de 1952 a 1953.
Aposentou-se em 1964. E, depois de aposentada, teve importante influência na vida sócio-cultural de Caetité, especialmente junto à Associação das Senhoras de Caridade (ASC), e no Clube da Amizade (entidade constituída por professores aposentados).
Apoiada em vasta documentação, principalmente, o jornal “A Penna”, e embasada nos registros de João Gumes e Pedro Celestino da Silva, escreveu o livro “Caetité Pequenina e Ilustre” que foi editado, despretensiosamente, em 1976. O objetivo principal era suprir a lacuna de informações escritas sobre a história de Caetité e das suas principais famílias. A obra trouxe-lhe uma avalanche de informações adicionais orais, escritas e fotográficas sobre a história caetiteense, seus detalhes, as origens das suas famílias, que a autora soube, com zelo e disciplina, ir compilando, dando forma e recheando com sua prosa envolvente, plasmando-se a segunda edição, que foi lançada em 1997.
Caetité, cidade bicentenária, comandou, durante muito tempo, o processo político, administrativo e religioso de todo o Alto Sertão da Bahia. Com muita maestria, a professora Helena Lima pintou o retrato da história regional, desde a chegada dos primeiros homens brancos a estas plagas sertanejas, detalhando, assim, o nascimento das principais famílias caetiteenses. Seu livro é fundamental para aqueles que desejam conhecer esta rica e histórica região do estado da Bahia. Além disso, serve de subsídio para aqueles caetiteenses que pretendam construir suas árvores genealógicas.
No jornal Tribuna do Sertão do seu (falecido) filho Maurício Lima, em Brumado, Bahia, publicou seguidamente crônicas da história sertaneja que constituem importante fonte de consulta para os historiadores locais.
Patrona da Academia Caetiteense de Letras, Helena Lima Santos faleceu em Salvador, Bahia, em 1998, um ano depois do lançamento da segunda edição do seu livro “Caetité Pequenina e Ilustre”.


Veja, abaixo, a crônica feita pela saudosa Professora Helena Lima, após o lançamento da segunda edição do seu livro "Caetité Pequenina e Ilustre", em 1997, no jornal Tribuna do Sertão:



Leia, abaixo, essa mesma crônica digitada. Há um parágrafo, onde a autora tece comentário elogioso sobre o casal Aparecido e Suzete.
Detalhe: o título da canção cantada pelo casal é "Amigos Para Sempre" e não, "Sempre Amigos", como foi publicado no jornal.


Crônica da semana

Helena Lima


O lançamento da 2ª edição do meu livro “Caetité Pequenina e Ilustre”


Foi no dia 21 de junho de 1997, às 20 horas, no Salão Nobre da antiga Escola Normal, agora, também, sede da Câmara de Vereadores, sob o patrocínio do Clube da Amizade, tendo contribuído apenas, com a despesa. Como da 1ª vez, não tive nenhum patrocinador.
O Clube, do qual também faço parte, se encarregou de todo o trabalho _ e tiveram um trabalhão! É formado de professores aposentados que vivem na cidade, quase todos, se não todos, que foram meus alunos, depois, colegas e amigos. Eles têm para comigo, um carinho e consideração especial, o que deve ser pela minha idade e também, porque gostaram do que lhes transmiti, e de um relacionamento amigável e respeitoso, de parte a parte. Sempre estou a me lembrar dos versos: “Do que houveres no pomar plantado, apanhe os frutos, recolha as flores.” Pois, estou recolhendo em carinho e gentileza, o que plantei... Não digo que não haja exceções; seria impossível uma unanimidade, mas, a grande maioria é camarada e muitos são amigos; todos, companheiros de Clube.
Assim, as dirigentes do Clube _ admitem-se sócios masculinos e temos alguns, mas, ainda não estão fazendo parte da direção. Como sempre, os homens muito ocupados nos seus altos negócios, não gostam de administrar, e eu digo, especialmente, os de Caetité. Todos os Clubes Sociais daqui morrem por não encontrar dirigentes masculinos para dirigí-los.
Como organizaram bem a noite do lançamento! Foi uma linda festa! Sob os auspícios de Cecê Guanaes Rochael e sua cunhada Dolores e sua irmã Palmira Guanaes Fausto, comandadas, à distância, pela “alma” do Clube, Tereza Guanaes, em Salvador e sob tratamento médico, mas, pôde chegar uns três dias antes, e que englobaram no evento todos os seus e ajudantes. (Reclamação de um deles: D. Cecê está para me matar!) Seria longo enumerar as providências que foram tomadas.
A festa constou de três partes: Apresentação, com abertura de um novo hino de Caetité, autoria da sócia Emiliana Nogueira Pita, poetisa, cantado pelo coral do Clube, sob a direção de outra sócia, Terezinha Bonfim, cuja voz de rouxinol é bem conhecida na região, secundada por outras companheiras bem dotadas. Foi uma homenagem a esta terra, uma exaltação a Caetité. Adorei!
Seguiram duas poesias, a 1ª, da caetiteense Nicodema Alves de Sousa, que marcou época nos anais sociais da cidade, no começo deste século, pela sua beleza, posição e vaidade. Nicó teve de ir embora para Salvador, por causa de negócios do marido, pelo futuro dos filhos e, ainda, por sua doença _ sofria de uma asma violenta que, afinal, veio a matá-la. Ela sentia muitas saudades de sua terra, principalmente na última fase da doença; escrevia versos, poesias, que seus filhos publicaram em livro. Uma delas foi escolhida para maior brilho da festa.
Em matéria de poesias, estamos bem servidos. Sou fã de Maria Esméria Guanaes Viademont, de Brasília, que ainda não publicou um livro, juntando suas poesias tão cheias de conteúdo do dia a dia, suas dores, alegrias e recordações e saudades. Quando há um grande evento na cidade, como boa filha, adora isto aqui, pedimos uma poesia do fato. Ela fez, entre outras, uma pela inauguração da Lavanderia Industrial, doada à ASC pelo Banco do Brasil: “A Lavanderia”. Pela restauração do Salão Nobre, a que se encontra num quadro, ali, exposto.
Bem, desculpem a digressão.
Seguiu-se outra poesia, muito laudatória. Depois, canto “Sempre Amigos” pelo casal Dr. Aparecido e Suzete, que formam a mais nova aquisição social, dupla de vozes bonitas e ajustadas, que se fica imaginando ser o motivo de se terem casado.
Seguiram-se os discursos. Foram muitos, mas, não cansou a assistência. Todos bem dosados, bem formulados; uns lidos, outros improvisados. Adorei todos. Alguns me comoveram (mas, não chorei!) como o da saudade oficial de Palmira Guanaes Fausto. Impossível destacar todos, mas, o improviso do Dr. Roberto Bahia, gerente local do INB (Indústrias Nucleares do Brasil), cuja presença na cidade é de apenas, um ano, e que está conquistando a estima e admiração de todos pela maneira inteligente e humana das primeiras providências para implantação da exploração do urânio (a ter que ser explorada, deve a região ter um melhor tratamento). Sua expressão “amor à primeira vista” diz bem da lhaneza com distingue sua nova comunidade. Outro improviso muito recebido foi o de Adonias Risério Pessoa, antigo aluno que veio expressamente, de Jequié. Ainda se lembra da minha exigência com que devia corresponder o esforço... “de seu pai que está lá, na roça, trabalhando para lhe manter estudando”. Todos gentis e extremamente magnânimos. Embora saiba distinguir bem entre os elogios e o meu merecimento, isto faz um bem muito grande _ um bem danado!
Maurício agradeceu a presença das autoridades e amigos, em nome da família; e eu própria lhes manifestei a satisfação de uma vida começada neste recinto, e estar ainda, nele, depois de tantos anos, participando ativamente.
Não posso terminar sem uma referência aos de salvador, Jequié, Guanambi e de Montes Claros, comitiva representada pelo Coronel Lázaro Francisco Sena, da Polícia Mineira; Dr. Dário Cotrim por si e pela Academia Monteclarense de Letras; pelo Dr. Ayer David, por si e pela sua esposa, a escritora Zoraide Guerra.
A época em que se pôde lançar o livro, depois de tanta demora, não foi boa. Muitos não puderam comparecer por compromissos anteriores, como o Professor Ático Vilasboas, grande colaborador, que escreveu a orelha do livro, com muita generosidade. Por uma falha lamentável, deixou de figurar seu nome, como seria de direito. Releve, caro amigo, esta falta de quem está nascendo agora, como gráfica impressora de livros, bem como outras falhas que, por ventura, apareçam. Qualquer falha, estamos prontos para trocar.
Finalmente, o livro em si, está bem impresso e encadernado; terá vida útil por muito tempo. Não é bem “primeiro mundo”, mas, não faz vergonha em qualquer estante, e, além disto, é um esforço pioneiro no nosso sertão, aonde as impressoras, as boas, ainda não chegaram. E é um primeiro passo.
Quanto ao conteúdo, é tudo quanto consegui arrebanhar, em anos de pesquisas, num meio sem escrita, que não guarda memória do passado; onde prefeitos mandam demolir prédios históricos, nomes de antigos habitantes que designam monumentos, instituições, ruas e praças, são substituídos à revelia; praças viram ruas. Sem falar no perigo de contar os fatos como aconteceram, desagradando descendentes. É um acumular de “caras feias”, de pessoas que em nada são responsáveis pelo que eles fizeram. É caminhar em areia movediça... Afinal, argumentam, para que bolir com quem já morreu? _ Para que os vindouros saibam como tudo começou, aconteceu e acabou; e interpretando fatos realmente acontecidos, busquem a direção e um guia para o futuro. É este o papel da história; seja a grande, a universal ou o pequeno acontecimento local.
Espero, assim, ser compreendida, pois, a compreensão é o primeiro passo da boa convivência.


Helena Lima Santos
Caetité, 30 de junho de 1997.



Clique no próximo link e saiba mais sobre o casal Aparecido e Suzete:

Visite, também, a página: Escola Normal de Caetité




Abaixo, fotos de Eloísa e Aparecido com duas ex-colegas de Rachel:


  Nesta 1ª foto, com Dalva M. S. Lima
  (D. Dalvinha, irmã de Dr. Vanni)




Na 2ª foto, com Agnalda Públio de Castro
(filha de Durval Públio de Castro)









Obs.: Estas fotos foram acrescentadas à página, em dezembro de 2011.

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Um comentário:

romilton@gni.com.br disse...

Trata-se de um blog de excelente qualidade. Nele vemos a valorização da cultura regional, religião, família e do amor fraternal. Neste mundo materialista, que não cultiva os valores morais e espirituais, um blog como este merece ser acessado constantemente. Estão de parabens os seus autores.