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19 de jan. de 2009

ODE AOS SETENTA


Tunico e a "Tia Afessora"


Ode aos Setenta

Tenta-se, tenta-se – se tenta...
mas poucos chegam aos setenta;
setenta anos não de vida,
mas de lutas e labutas,
no magistério de ensinar,
lapidando pedras rudes...

Arrebatada por um certo “doutor” Arlindo,
da família dos Alves Carneiros de Tanque Novo,
foi em meio à revolução de trinta,
que aportou, na terra dos Carneiros,
a pérola negra de Caetité!

Tempos difíceis aqueles de antanho,
com seus preconceitos de cara e cor:
memórias do bom compadre Teotônio,
que aplacou a ira raivosa dos alvos Carneiros do lugar.

Pela correnteza das águas claras,
gerações de pupilos e sobrinhos
lapidados pelas primeiras letras
da bondosa “Tia Afessora”.

No limiar dos anos sessenta,
se senta, nos bancos da escolinha,
um menino tímido que não aprendia a ler.
Um dia, o estalo de fagulha,
que impulsiona e dá partida:

“Compadre Teotônio, este lugar é pequeno para seus meninos!”

(Foi então que o menino partiu,
em busca de um belo horizonte e sumiu,
engolido pelo arco- íris da cidade grande...)

Agora, ao completar setenta anos,
justa é a homenagem que lhe prestam,
que também faço minha:
dos tempos idos e jazidos,
entranhada no peito, fica
a saudade terna do doce lar distante.


Do seu sobrinho e ex-aluno:
Teotônio Marques Filho
(Tunico)

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